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FAMALICÃO: PROFESSOR SUSPEITO DE ABUSAR DE ALUNAS JUSTIFICA-SE COM ‘CABALA’

O professor de Moral de uma escola de Famalicão acusado de abusar sexualmente de 15 alunas menores diz-se vítima de uma cabala, mas a juiz de instrução diz que há prova “robusta” de que terá cometido “inúmeros atos atrozes”.

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O professor de Moral de uma escola de Famalicão acusado de abusar sexualmente de 15 alunas menores diz-se vítima de uma cabala, mas a juiz de instrução diz que há prova “robusta” de que terá cometido “inúmeros atos atrozes”.

Na decisão instrutória, a juiz alude mesmo a alguns casos de “gravidade extrema” e diz que a tese de cabala “é completamente descabida”.

Professor de Educação Moral e Religião Católica na Escola Secundária Camilo Castelo Branco, em Vila Nova de Famalicão, o arguido está acusado de 87 crimes de abuso sexual de menores dependentes, sendo as vítimas 15 alunas com idades entre os 14 e os 17 anos.

No processo, o arguido, de 58 anos, nega os factos e alega que tudo não passará de cabala montada por um grupo de alunas que se sentiram “rejeitadas ou trocadas” enquanto atrizes e que, desta forma, querem vingar-se com acusações infundadas.

Acrescenta que a denúncia anónima que esteve na origem do processo foi uma “combinação entre todos os que nela intervieram, de forma a arrasarem completamente” com a sua reputação e com a companhia de teatro que fundou no seio da escola.

Segundo a acusação, os crimes terão sido cometidos essencialmente durante os ensaios da companhia de teatro “O Andaime”, que o arguido criou naquela escola e de que era encenador.

Outros abusos terão acontecido durante aulas de Moral e numa deslocação a um festival de teatro em Penafiel.

Em sede de instrução, o arguido negou tudo e disse que a acusação se funda em “relatos frágeis” das alunas, em “depoimentos indiretos” de pessoas a elas ligadas, por vínculos familiares ou de amizade ou de testemunhos de umas em relação às outras.

Diz ainda estranhar que durante 14 anos a companhia de teatro em causa tenha funcionado sem existir qualquer queixa contra si e que após ter havido essas queixas nenhuma das ofendidas tenha deixado imediatamente de frequentar os ensaios.

Alega também que durante esses anos teve de tomar “várias decisões que não agradavam a todas as atrizes, fazendo substituições, retirando papéis de protagonista ou recusando determinados pedidos, sendo que as ofendidas eram pessoas muito inteligentes e excelentes atrizes”.

Além disso, pergunta como é que, se a sala, como diz a acusação, estava às escuras, ele poderia procurar a vítima de quem queria abusar, questionando também por que é que nenhuma aluna gritou quando era tocada por ele.

A juiz de instrução, que decidiu levar o arguido a julgamento, contrapõe que “a prova da existência de inúmeros abusos por parte do arguido é extensa e variada”.

Sustenta que o arguido “era uma figura idolatrada e adorada” por todos quantos frequentavam as suas aulas de teatro.

“Não podemos esquecer que na adolescência, vemos os professores como um modelo a seguir. Confiamos nos seus ensinamentos. Por isso, foi tão fácil ao arguido a prática reiterada destes abusos, que foram auxiliados pela posição que ocupava e pelo modo como as alunas o viam. Numa altura em que se carregam todos os sonhos do mundo, estas meninas sonhavam em ser atrizes e tinham alguém de confiança que as inspirava e que as fazia sonhar”, sustenta a decisão instrutória.

Para a juiz, o arguido aproveitou-se desse sonho para manipular as alunas.

“Dúvidas não temos de que o arguido abusou da sua posição de confiança, autoridade e influência para cometer abusos sexuais contra estas menores, cujos pais as confiaram para o ensino da arte de teatro”, sustenta.

Diz que o arguido praticou “atos sexuais de relevo”, que alguns casos assumiram “gravidade extrema”, como foi o episódio ocorrido durante o festival de teatro Escritaria, em Penafiel.

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VILA REAL: CONCURSO PARA CONCLUSÃO DO PAVILHÃO DA ESCOLA DIOGO CÃO

O município de Vila Real abriu esta quinta-feira um concurso público, pelo preço base de 900 mil euros, para concluir a requalificação de um pavilhão desportivo, depois de tomar posse administrativa da obra, em abril, por abandono da empreitada.

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O município de Vila Real abriu esta quinta-feira um concurso público, pelo preço base de 900 mil euros, para concluir a requalificação de um pavilhão desportivo, depois de tomar posse administrativa da obra, em abril, por abandono da empreitada.

O anúncio do concurso público para a conclusão da empreitada de requalificação e beneficiação do pavilhão da Escola Diogo Cão foi publicado esta quinta-feira em Diário da República (DR).

O preço base do procedimento é de cerca de 900 mil euros, o prazo para entrega de propostas decorre até 13 de fevereiro e, depois de adjudicada, a obra deve ser concluída em 270 dias.

Em abril, a Câmara de Vila Real informou que tomou posse administrativa da obra de requalificação deste pavilhão desportivo, localizado na cidade, por alegado incumprimento do empreiteiro que terá suspendido e abandonado a empreitada.

O processo encontra-se, neste momento, em tribunal.

Em março de 2022, a Câmara de Vila Real anunciou um investimento 1,2 milhões de euros na reabilitação do pavilhão desportivo da Escola Diogo Cão e, na altura, foi referido que a intervenção demoraria cerca de um ano.

O objetivo da intervenção era dotar o pavilhão, já com mais de 50 anos, de “condições de segurança” para a prática educativa e a formação desportiva, servindo a escola e, após o horário letivo, a comunidade.

A autarquia explicou que a empreitada foi organizada em duas fases distintas, adjudicadas a duas empresas e que, ambas as fases, resultaram de candidaturas apresentadas ao Norte 2020 e tiveram uma comparticipação financeira de 85%.

No entanto, segundo explicou, a “existência de duas fases ao mesmo tempo veio a revelar-se de muito difícil compatibilização exacerbando o comportamento, já de si, pouco consensual” do empreiteiro em causa, tendo mesmo esta empresa “suspendido de forma unilateral a sua empreitada e abandonado a empreitada, obrigando o município a agir em conformidade e em defesa do interesse público municipal”.

Para efeito, a câmara avançou com a aplicação de sanção contratual no valor de cerca de 217 mil euros (mais IVA), “por atraso reiterado no cumprimento das obrigações decorrentes do contrato”, e procedeu “à resolução do contrato a título sancionatório, tomando a posse administrativa da obra, bem como dos bens móveis e imóveis à mesma afetos, procedendo aos inventários, medições e avaliações necessárias”.

O município referiu que vai conseguir recuperar parte do financiamento comunitário desta obra, já no âmbito do novo quadro comunitário.

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MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO

O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.

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O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.

Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.

“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.

E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.

A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.

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