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FC FAMALICÃO X FC PORTO: ANÁLISE DE JOSÉ AUGUSTO SANTOS

O FC do Porto consegue uma vitória, com um resultado bem melhor do que a exibição e o Famalicão faz uma exibição muito abaixo das expetativas, mas não merecia uma derrota por tão grande diferença de golos.

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O FC do Porto consegue uma vitória, com um resultado bem melhor do que a exibição e o Famalicão faz uma exibição muito abaixo das expetativas, mas não merecia uma derrota por tão grande diferença de golos.

Era um jogo de elevado risco para o FC Porto porque poderia fisicamente ressentir-se do esforço despendido contra o Barcelona na quarta-feira, apresentou-se no Municipal de Famalicão com problemas nas laterias da sua defesa (lesões de João Mário, Wendell e com Zaidú a não ter capacidade física para fazer 2 jogos em tão curto espaço de tempo) e a encontrar um Famalicão a realizar excelente época, a demonstrar ter plantel para poder discutir e pôr em causa a superioridade das grandes equipas do nosso campeonato como aconteceu com o Benfica onde a equipa até foi superior na primeira parte com uma intensidade e ritmo de jogo difícil de acompanhar e que a viria a penalizar na segunda parte em que a quebra física foi evidente.

A aposta de Sérgio Conceição na manutenção da dupla de ataque, que tem mais conhecimento e rendimento, Taremi-Evanilson a resultar em pleno, porque o brasileiro faz um excelente remate e abre o ativo logo nos minutos iniciais e Taremi, decide o jogo com a marcação do segundo golo, já no final da primeira parte. Entre os golos do Porto o Famalicão teve uma boa reação, não teve muitas oportunidades, mas até poderia ter empatado se António Nobre tivesse assinalado penalti, no remate de Gustavo Sá que Eustáquio neutralizou com o braço e, claro, se o Famalicão convertesse o penalti. Foi um lance que teve início num erro pouco habitual de Diogo Costa que largou uma bola fácil de agarrar. Um Porto irregular e com pouca capacidade para comandar e gerir o jogo teve o mérito de se organizar bem defensivamente, mas não ficou mais estável por ter marcado cedo, nem conseguiu realizar uma boa exibição apesar de ter marcado o segundo golo na espetacular arrancada de Galeno que quando embala não é fácil ser parado, que Taremi concretizou com classe.

A estratégia do Porto para a segunda parte passou por baixar o bloco, organizar-se bem no seu processo defensivo e tentar “matar o jogo” numa transição. Correu alguns riscos porque o Famalicão aproveitou os espaços e a menor capacidade de pressão do meio-campo portista e pelo seu melhor jogador, Gustavo Sá, foi construído algumas jogadas perigosas e poderia ter reduzido naquele remate de Topic que Diogo Costa defendeu com dificuldade. O treinador João Pedro Sousa na ânsia de colocar mais um ponta de lança para procurar retirar vantagem da forma como a sua equipa estava a conseguir chegar à área, retirou Gustavo Sá e a partir daí o FC Porto teve mais espaço no corredor central geriu melhor a posse de bola (é a melhor forma de defender) e o Fama deixou de ser uma equipa perigosa. A subida de rendimento do meio-campo do Porto ficou ainda mais facilitada com a ingénua expulsão de Zaydou Yousouf teve mais espaço e geriu a vantagem. Foi com naturalidade que chegou ao terceiro golo com a impressionante arrancada de Francisco Conceição, recém-entrado no jogo e bem servido por Marco Grujic.

O Porto ganha com justiça, mas não realiza uma exibição de acordo com o resultado. Pepe esteve a um excelente nível, Alan Varela também fez um bom jogo apesar de algumas limitações físicas, Taremi, Evanilson, foram decisivos e Galeno foi uma dor de cabeça para os seus marcadores diretos. Os laterais Jorgie e João Mendes que não são habituais titulares cumpriram sem deslumbrar, nem fazer esquecer João Mário e Wendell.

A exibição coletiva do Famalicão ficou longe da que realizou no Estádio da Luz no jogo com o Benfica para a Taça de Portugal e ao nível individual a maioria dos seus jogadores exibiu-se abaixo daquilo que eu esperava. Gustavo Sá foi o melhor, esteve em bom plano e quando estava no seu melhor período foi substituído. Zaydou Youssouf que está em excelente momento de forma e é preponderante na manobra ofensiva e defensiva da equipa não esteve ao seu melhor nível e agravou a sua exibição com uma expulsão reveladora de falta de experiência. O promissor guarda-redes Luíz Júnior nada pode fazer nos golos sofridos.

O árbitro António Nobre teve um critério largo que favorece a dinâmica dos jogos de futebol, mas cometeu um erro grave ao não assinalar penalti, quando Eustáquio se movimentou na direção da bola e com o braço impediu que o remate de Gustavo Sá chegasse à baliza de Diogo Costa.


José Augusto Santos, Comentador Desportivo e Treinador de Futebol Nível IV UEFA Pro.

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