REGIÕES
GOVERNO DEVE LIGAÇÃO AÉREA REGIONAL DESTE ANO À SEVENAIR
O Governo tem em dívida para com a Sevenair os serviços aéreos prestados este ano na ligação aérea regional que liga Bragança a Portimão, disse hoje o administrador da empresa, Carlos Amaro.
O Governo tem em dívida para com a Sevenair os serviços aéreos prestados este ano na ligação aérea regional que liga Bragança a Portimão, disse hoje o administrador da empresa, Carlos Amaro.
Até abril, altura em que terminou o ajuste direto firmado em janeiro, o montante em dívida era já de 750 mil euros, ou seja, 187,5 mil euros por cada mês.
“Em janeiro, assinámos um ajuste direto ainda com o Governo anterior, que previa recebermos mensalmente a quantia correspondente acordada. A verdade é que esse ajuste direto já terminou, era só por quatro meses. Não recebemos nem um tostão”, explicou Carlos Amaro.
O administrador acrescentou ainda que já com o novo Governo em funções aguardam a formalização de um novo ajuste direto, o que tem permitido que a ligação se mantenha.
“Temos uma ligação às pessoas e a este serviço. E para nós é muito complicado suspender. A pedido do Governo, (…) temos estado a aguardar que os procedimentos existam e que possamos receber. Porque não recebemos do anterior (Governo) nem nenhuma verba do atual”, disse Carlos Amaro, que revelou ainda que o pagamento das concessões finda também ainda não está totalmente saldado, perfazendo “no limite mais de 3,5 milhões” de euros.
O contrato da concessão do serviço de transporte aéreo regular Bragança/Vila Real/Viseu/Cascais/Portimão terminou em 28 de fevereiro.
Esta medida foi tomada após um ajuste direto de 750 mil euros do Governo liderado pelo socialista António Costa enquanto decorre o novo concurso público internacional para a concessão do serviço. O concurso público é internacional, o preço base do procedimento, sem IVA, é de 13,5 milhões de euros e o prazo de execução do contrato é de quatro anos.
“O concurso, só está previsto lá para outubro haver adjudicação, para nós ou para outro concorrente. É uma situação muito constrangedora mas que aconteceu com todos os governos. Quer de um partido quer de outro, nunca houve ligação entre um concurso e outro a tempo”, segundo Carlos Amaro, à frente da empresa que presta o serviço há 15 anos.
Desde 29 de fevereiro que a empresa introduziu novos horários. Os voos de segunda e sexta-feira são feitos em todas as escalas, às terças e quintas-feiras os voos são diretos entre Bragança e Cascais e aos sábados não há escala em Vila Real. Às quartas-feiras e domingos não há voos.
Até ao final de fevereiro os voos eram feitos de forma regular entre Bragança e Portimão, com paragem em Vila Real, Viseu e Cascais.
“É quase um caciquismo aquilo que estamos a fazer em relação a esta linha e às populações que estamos a servir. Custa-nos muito interromper. No momento em que interromper, terei de despedir pessoas. São 80 ligadas a esta linha, nas várias escalas, tripulações e manutenção”, lamentou Carlos Amaro, admitindo que vai ser “muito difícil” suportar a ligação até haver decisão do concurso público.
Carlos Amaro disse ainda que, no limite, os aviões podem ser atribuídos a outras linhas, para que se continuam operacionais.
“(…) E depois já não podemos voltar. Ou teremos de fechar. E não podia manter 80 empregos numa linha para fechar. Teria de fazer um layoff ou extinção dos postos de trabalho. Estamos a tentar a todo o custo evitar isso”, garantiu Carlos Amaro.
A Lusa contactou o Ministério das Infraestruturas e da Habitação, mas até ao momento ainda não obteve resposta.
REGIÕES
BOTICAS: AUTARQUIA “GARANTE” INEXISTÊNCIA DE CONTRAPARTIDAS DA EMPRESA MINEIRA
A Câmara de Boticas reiterou hoje a oposição à mina de lítio e garantiu que nunca negociou ‘royalties’ ou outro tipo de contrapartidas com a empresa Savannah Resources, segundo um comunicado assinado pelo presidente, Fernando Queiroga.
A Câmara de Boticas reiterou hoje a oposição à mina de lítio e garantiu que nunca negociou ‘royalties’ ou outro tipo de contrapartidas com a empresa Savannah Resources, segundo um comunicado assinado pelo presidente, Fernando Queiroga.
“Nunca, e fique sublinhado, a Savannah Resources se sentou à mesa com o município de Boticas para negociar o que quer que fosse. Nem ‘royalties’, nem qualquer outro tipo de contrapartida, muito menos nos valores apresentados pela empresa, que fala numa compensação anual ao município de Boticas de 10 milhões de euros”, afirmou a autarquia do norte do distrito de Vila Real.
Essas conversações ou negociações, acrescentou, “nem sequer fariam sentido, tendo em conta a posição clara do município contra esta exploração”.
O município de Boticas presidido por Fernando Queiroga quis reiterar a sua posição contra o projeto de mineração, garantindo que se mantém ao lado da população que contesta a exploração e que vai apoiar todas as iniciativas que tenham como objetivo travar a mina do Barroso.
“A Câmara de Boticas subordina esta posição não só por todas as questões de caráter ambiental e de saúde pública que a exploração mineira acarreta, mas também pela forma ‘pouco séria’ e ‘pouco transparente’ com que este processo sempre se desenvolveu, com a Savannah Resources a usar de um discurso e uma estratégia intimidatórios, ao mesmo tempo que anuncia o ‘paraíso’ ao nível do desenvolvimento socioeconómico da região”, referiu.
A autarquia disse que a empresa se apresenta como um “‘profeta salvador’ capaz de resolver todos os problemas que afetam este território, ao criar uma espécie de ‘época dourada’ para a economia local ao distribuir, qual Robin dos Bosques dos tempos modernos, riqueza por toda a região”.
“Podem prometer os milhões que entenderem, onde entenderem, podem falar dos empregos, das estradas, dos hospitais, das escolas, das creches, dos centros de dia, num sei lá mais de contrapartidas, mas isso não passa de promessas atiradas para o ar”, salientou.
Acrescentou que a “realidade é que a única coisa que se tem visto é destruição, devassa, falta de respeito pelo espaço público e privado e sobretudo muita arrogância”.
“Podemos ser pobres, podemos ser um concelho pequeno no número de habitantes, podemos ter um orçamento municipal limitado, mas temos orgulho na gestão rigorosa, criteriosa e sem desperdício dos recursos financeiros, que faz de nós o 6.º município do país com melhor eficiência financeira e uma autarquia familiarmente responsável há 12 anos consecutivos”, pode ler-se ainda no comunicado.
O município lembrou ainda a condição do território do Barroso ser Património Agrícola Mundial e garantiu que “não há dinheiro, nem ouro, nem lítio, que cheguem perto da riqueza” desta ruralidade.
“O mais importante são e serão sempre as pessoas. Esta é a nossa verdadeira riqueza. Não tem preço e não é negociável”, concluiu.
A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) viabilizou ambientalmente a exploração de lítio na mina do Barroso emitindo uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável condicionada em maio de 2023.
A empresa já disse que prevê iniciar a produção em 2027.
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MACEDO DE CAVALEIROS: SUSPEITO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA DETIDO PELA GNR
A Guarda Nacional Republicana (GNR) deteve um homem de 54 anos suspeito de exercer violência doméstica contra a mulher e que tinha uma arma de fogo em casa, informou hoje a autoridade em comunicado.
A Guarda Nacional Republicana (GNR) deteve um homem de 54 anos suspeito de exercer violência doméstica contra a mulher e que tinha uma arma de fogo em casa, informou hoje a autoridade em comunicado.
A detenção aconteceu na terça-feira daquele concelho do distrito de Bragança. A GNR vinha a investigar o caso.
Segundo descreveu a Guarda, os militares “apuraram que o suspeito exerceu violência física, psicológica e verbal contra a vítima, sua mulher de 52 anos”.
No seguimento das diligências policiais, numa busca domiciliária, foi apreendida uma arma de fogo alterada ao suspeito, mais 12 munições.
O homem foi presente a tribunal no dia seguinte, quarta-feira. Como medidas de coação, ficou proibido de ter ou usar armas de fogo, vai ter de frequentar um programa específico para tratar dependência de álcool e não podeo contatar a vítima ou aproximar-se a menos de 200 metros da casa e do trabalho dela.
A GNR lembra que a violência doméstica é um crime público e que denunciar é um dever de todos.A GNR lembra que a violência doméstica é um crime público e que denunciar é um dever de todos.
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