NACIONAL
METADE DOS JORNALISTAS PORTUGUESES COM NÍVEIS ELEVADOS DE ESGOTAMENTO
Cerca de 48% dos jornalistas apresentam níveis elevados de esgotamento, de acordo com um estudo hoje divulgado e promovido pelo Sindicato dos Jornalistas (SJ), API – Associação Portuguesa de Imprensa e Casa da Imprensa.
Cerca de 48% dos jornalistas apresentam níveis elevados de esgotamento, de acordo com um estudo hoje divulgado e promovido pelo Sindicato dos Jornalistas (SJ), API – Associação Portuguesa de Imprensa e Casa da Imprensa.
“Podemos afirmar com muita segurança (95% de margem de confiança) que 48% do universo, com margem de erro de 3,2%, têm níveis elevados de esgotamento (níveis 4, 5 e 6), o que é um sintoma preocupante do estado dos jornalistas”, refere o Inquérito Nacional às Condições de Vida e de Trabalho dos Jornalistas em Portugal, realizado pelo Observatório para as Condições de Vida e Trabalho da Universidade Nova de Lisboa e hoje apresentado.
O inquérito, com coordenação de Raquel Varela e co-coordenação de Roberto della Santa, foi hoje apresentado na Casa da Imprensa, em Lisboa, recolheu 866 respostas entre abril e maio de 2022 e concluiu ainda que 38% dos jornalistas sentem que têm problemas de saúde mental associados ao trabalho jornalístico.
De igual forma, 20% disseram sofrer de doenças que resultaram, por diagnóstico de um clínico, do desempenho da atividade profissional de jornalista, sendo as principais de cariz osteoarticulares (57 respostas), psicológicas (51), oftalmológicas (41) e cardíacas (19).
Apesar de um diagnóstico clínico, apenas 31% registaram consequências no seu contexto de trabalho, com 18 a especificarem cessação de algumas tarefas, 11 a relatarem mudança de funções e 10 mudança do equipamento técnico.
Entre os inquiridos que responderam, 15,1% declararam ser alvo de assédio moral, 93% dos quais declararam ser alvo de assédio por parte das chefias e/ou patrões, enquanto 1,5% disse ser alvo de assédio sexual.
Também as situações de censura e autocensura (49%) foram um testemunho relatado por um elevado número de jornalistas, a par de 52% que foram “bloqueados no acesso às fontes por autoridades do Estado, mercado ou sociedade civil”, e de 42% que apontaram “ter afrontado preceitos éticos por causa do trabalho”.
Um terço dos respondentes considerou, também, que há “um desequilíbrio ruinoso entre a vida pessoal e a profissional” — aliás, 33% identificaram-se como solteiros e 14% como divorciados, sendo que quase metade (40%) não tem filhos e apenas 34% tem mais que um descendente.
A média de filhos por mulher entre jornalistas é mesmo inferior à média nacional (1,38), cifrando-se em 1,04.
Em termos de remuneração líquida, a média é de 1.225 euros, sendo que cerca de 60% recebem menos de 1.500 euros líquidos por mês.
No final da apresentação, o presidente do SJ, Luís Simões, considerou que este inquérito é “um bom ponto” para mostrar o caminho que se deve seguir, tendo lamentado os “números esmagadores” quando se fala de saúde mental.
“Nós temos uma classe de jornalistas que está completamente consumida por todas estas questões e chega a esse nível de exaustão”, apontou, referindo-se ao ‘burnout’, a síndrome do esgotamento profissional.
“Esses são dados que nós temos que desenvolver a partir desse estudo, e temos o esforço de demonstrar que se calhar é mais com contratação coletiva e não contratos individuais que o trabalho dos jornalistas tem que ser valorizado”, referiu o responsável sindical.
Luís Simões apontou ainda que os jornalistas “são cada vez mais precários, sofrem cada vez mais, têm cada vez mais dilemas éticos, não têm filhos”.
NACIONAL
BOMBAS AUTOMÁTICAS DE INSULINA DISPONÍVEIS NAS FARMÁCIAS NOS PRÓXIMOS DIAS
As farmácias iniciam nos próximos dias a dispensa das bombas automáticas de insulina para o tratamento da diabetes tipo 1, depois de concluída a necessária atualização dos sistemas informáticos e a rede logística para permitir a disponibilização aos utentes.
As farmácias iniciam nos próximos dias a dispensa das bombas automáticas de insulina para o tratamento da diabetes tipo 1, depois de concluída a necessária atualização dos sistemas informáticos e a rede logística para permitir a disponibilização aos utentes.
“Esperamos que nos próximos dias a situação esteja estabilizada e que já seja possível fazer essa encomenda através das farmácias”, adiantou à Lusa a presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), Ema Paulino.
Em 21 de janeiro, foi publicada a portaria que criou o regime excecional de comparticipação dos dispositivos médicos de perfusão subcutânea contínua de insulina (PSCI) e dos respetivos consumíveis, permitindo que possam ser adquiridos nas farmácias comunitárias, uma medida que era reivindicada pelas associações representativas dos diabéticos.
A portaria do Ministério da Saúde, que entra em vigor na sexta-feira, justificou a medida com a necessidade de “melhorar o desempenho do processo atual” com o objetivo de garantir a disponibilização das bombas automáticas de insulina a um maior número de utentes e com maior celeridade.
Até agora essas bombas eram disponibilizadas através dos centros de tratamento.
“Neste momento, estamos a preparar o processo, que é algo complexo, uma vez que implica atribuir códigos informáticos a cada uma das bombas e a cada um dos consumidores das bombas”, adiantou Ema Paulino.
Além disso, está a ser adaptada a cadeia logística, ou seja, estão a ser “criadas as pontes” entre a indústria, os distribuidores farmacêuticos e as próprias farmácias, referiu a presidente da ANF, ao adiantar que também “é preciso assegurar o sistema de prescrição”.
“Os códigos que estão a ser criados para as bombas e para os consumíveis também vão ser os códigos que vão ser utilizados pelos médicos prescritores para poderem passar as receitas”, explicou.
“A informação que tenho é que não demorará mais de uma a duas semanas para todo o sistema estar estabilizado”, estimou a presidente da ANF, ao salientar que está também a ser preparada formação adicional para as equipas das farmácias no sentido de prestarem esclarecimentos aos utentes sobre os dispositivos.
A prescrição destes dispositivos só poderá ser realizada por especialistas em medicina interna, endocrinologia e pediatria, desde que devidamente autorizados e identificados pelos centros de tratamento, reconhecidos pela Direção-Geral da Saúde no âmbito da consulta onde o utente é acompanhado.
Segundo a portaria, os dispositivos médicos abrangidos por este regime excecional são comparticipados a 100% pelo Estado no seu preço, quando destinados a beneficiários do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e dispensados em farmácia de oficina.
O programa integrado de tratamento das pessoas com diabetes tipo 1 pretende garantir a disponibilização destes dispositivos a todos os potenciais beneficiários com desenvolvimento progressivo até 2026.
Segundo a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), que tem exigido a disponibilização das bombas nas farmácias, a sua utilização pode proporcionar uma melhor compensação, assim como uma redução em 80% do número de picadas nos dedos e 95% do número de injeções que uma pessoa com diabetes tipo 1 tem de dar por ano, contribuindo para uma melhoria significativa da qualidade de vida.
A APDP estima que serão mais de 30.000 as pessoas que vivem com diabetes tipo 1 em Portugal, 5.000 das quais serão crianças e jovens.
A diabetes tipo 1 é uma doença autoimune em que o sistema imunológico da própria pessoa compromete o funcionamento das células do pâncreas que produzem insulina.
NACIONAL
PRODUÇÃO DE AZEITE EM PORTUGAL PODERÁ SUBIR 15% EM 2025
A produção de azeite em Portugal deverá subir este ano quase 15% em relação ao ano passado e atingir as 170 mil toneladas, estimou hoje a maior associação nacional do setor, responsável por 120 mil toneladas.
A produção de azeite em Portugal deverá subir este ano quase 15% em relação ao ano passado e atingir as 170 mil toneladas, estimou hoje a maior associação nacional do setor, responsável por 120 mil toneladas.
Em declarações à agência Lusa, Susana Sassetti, diretora executiva da Olivum – Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal, indicou que esta estimativa é feita com base na produção dos associados da organização.
Os olivicultores e lagares da Olivum, salientou, produziram, “no ano passado, à volta das 105 mil toneladas” de azeite e a produção apurada na campanha deste ano “foi de 120 mil toneladas”, correspondendo a um aumento de cerca de 15%.
“De acordo com a percentagem que representávamos na produção do ano passado, que era mais ou menos de 70%, prevemos que a campanha nacional deste ano ande à volta das 170 mil toneladas”, adiantou a responsável.
Segundo a diretora executiva da Olivum, citando dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a produção nacional de azeite na campanha de 2024 tinha atingido as 150 mil toneladas.
“Esta percentagem [da representação da produção dos associados da Olivum em termos nacionais] pode não corresponder à realidade”, pois “muitos novos olivais foram plantados e entraram em produção”, advertiu.
Questionada pela Lusa sobre se o aumento da quantidade produzida em Portugal pode fazer descer o custo do azeite, Susana Sassetti esclareceu que “o preço não depende da produção nacional”, sendo “definido por Espanha, o maior produtor a nível mundial”.
“Se Portugal anda à volta das 150 mil ou das 200 mil toneladas, em Espanha há anos que chega a 1,4 milhões de toneladas”, comparou, lembrando que as campanhas mais recentes no país vizinho tiveram produções mais baixas, devido à seca, fazendo disparar os preços.
Assinalando que, este ano, “Espanha volta a ter a produção que normalmente costuma ter”, a diretora executiva da Olivum observou que o preço tem vindo a baixar, mas “não voltará ao nível em que estava há quatro ou cinco anos”.
Quanto à campanha deste ano, Susana Sassetti realçou que “a produção de azeitona foi maior do que a do ano passado”, mas, “em termos do rendimento em azeite, ou seja, a transformação da azeitona em azeite, acabou por ser igual à do ano passado, por causa das condições climatéricas”.
“Foi uma campanha que começou mais cedo do que normalmente costuma começar e originou bons azeites”, apesar de, na parte final, ter havido “alguma chuva e calor ao mesmo tempo, o que não é bom e favorece o surgimento de doenças ou pragas nos olivais”, acrescentou.
Com sede em Beja, a Olivum é uma associação de olivicultores e lagares e foi constituída em 2013 para dar respostas a novas questões da cultura do olival, incluindo a necessidade da defesa e representatividade do setor, na altura quase inexistente.
Esta associação representa mais de 50 mil hectares de olival, 20 lagares e cerca de 70% da produção nacional de azeite.
Portugal é o sexto maior produtor olivícola mundial e o quarto europeu.
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