REGIÕES
MIGUEL CADILHE DIZ QUE PORTUGAL ‘PRECISA DE UM MOVIMENTO PELO INTERIOR II’
O ex-ministro Miguel Cadilhe defendeu hoje que Portugal “precisa muito” de um “Movimento pelo Interior II”, mas “com voz mais sonora” do que o primeiro, que considerou ter “encerrado para balanço” sem que as suas propostas fossem acolhidas.
O ex-ministro Miguel Cadilhe defendeu hoje que Portugal “precisa muito” de um “Movimento pelo Interior II”, mas “com voz mais sonora” do que o primeiro, que considerou ter “encerrado para balanço” sem que as suas propostas fossem acolhidas.
A discursar na apresentação do livro de Luís Braga da Cruz “Crónicas sobre o Douro… e outros temas”, que decorreu ao final da tarde, no Porto, o ex-titular da pasta das Finanças de Governos de Cavaco Silva criticou o primeiro-ministro e o presidente da República por não terem acolhido as mais de 20 medidas em defesa do interior que aquele movimento da sociedade civil apresentou em 2018.
Miguel Cadilhe, que se assumiu, mais uma vez, defensor da regionalização, considerou que as prioridades do investimento público em Portugal são “prioridades do centralismo”, defendendo que o centralismo foi a causa da intervenção da troika em 2011.
“Julgo poder dizer que há espaço para a sociedade civil reabrir isto, reaparecer com um outro Movimento pelo Interior, digamos, um movimento II, legatário das ideias de 2018, que seja algo de uma nova geração (…) talvez algo mais reivindicativo, com voz mais sonora e que não doam as vozes nem as nozes a quem pegar no movimento II porque o país precisa muito de um Movimento pelo Interior”, defendeu.
A necessidade de uma nova geração daquele movimento, que ficou “encerrado para balanço”, explica-se na falta de acolhimento das medidas apresentadas aos à data titulares dos órgãos de soberania, o presidente da República, o presidente da Assembleia da Republica e o primeiro-ministro, que receberam “em mãos” as propostas do movimento numa cerimónia “bonita de se ver” mas que não foi mais do que isso.
“O primeiro-ministro, António Costa, fez um discurso em que pouco se referiu às nossas propostas e aos nossos trabalhos. O que ele fez foi propaganda daquilo que o Governo já fez e ia fazer em prol do interior, muito pouco. O presidente da República [Marcelo Rebelo de Sousa], que tinha acarinhado o Movimento pelo Interior, é um homem muito, muito inteligente, chutou para canto”, descreveu.
“O presidente da Assembleia da República [Eduardo Ferro Rodrigues] foi o único que agarrou nas propostas, disse-o lá, no discurso, mas não tinha o poder executivo e pouco poderia fazer”, continuou.
Num discurso no qual lembrou o percurso de Luís Braga da Cruz na defesa da regionalização e das causas regionais, Miguel Cadilhe apontou o dedo ao que considerou ser o centralismo do Estado em Portugal, dando como exemplo a petição pública para reabilitação e modernização de toda a Linha do Douro, apresentada pela Liga dos Amigos do Douro Património Mundial, em 2019.
“Foi um pujante momento da sociedade civil. Eu nunca vi algo assim no Parlamento (…) mereceu unanimidade de todos os grupos parlamentares, cada grupo parlamentar, da extrema-esquerda à direita, fez recomendações em prol do acolhimento da petição pública pela Linha do Douro”, lembrou.
No entanto, disse, “não é de excluir, porém, que a Linha do Douro continue lamentavelmente subalternizada nas prioridades de investimento público”, isto porque, defendeu, as prioridades do investimento público “em Portugal são, antes de mais, prioridades do centralismo”.
O centralismo que identificou foi, para Miguel Cadilhe, culpado da necessidade da intervenção da troika em Portugal em 2011.
“Também costumo dizer que foi graças, graças entre aspas, foi graças ao centralismo, que Portugal caiu no colapso e desonra das finanças públicas por excesso de despesa pública em 2011 e caiu nos braços pouco amoráveis, pouco amorosos da troika”, considerou.
REGIÕES
VILA REAL: CONCURSO PARA CONCLUSÃO DO PAVILHÃO DA ESCOLA DIOGO CÃO
O município de Vila Real abriu esta quinta-feira um concurso público, pelo preço base de 900 mil euros, para concluir a requalificação de um pavilhão desportivo, depois de tomar posse administrativa da obra, em abril, por abandono da empreitada.
O município de Vila Real abriu esta quinta-feira um concurso público, pelo preço base de 900 mil euros, para concluir a requalificação de um pavilhão desportivo, depois de tomar posse administrativa da obra, em abril, por abandono da empreitada.
O anúncio do concurso público para a conclusão da empreitada de requalificação e beneficiação do pavilhão da Escola Diogo Cão foi publicado esta quinta-feira em Diário da República (DR).
O preço base do procedimento é de cerca de 900 mil euros, o prazo para entrega de propostas decorre até 13 de fevereiro e, depois de adjudicada, a obra deve ser concluída em 270 dias.
Em abril, a Câmara de Vila Real informou que tomou posse administrativa da obra de requalificação deste pavilhão desportivo, localizado na cidade, por alegado incumprimento do empreiteiro que terá suspendido e abandonado a empreitada.
O processo encontra-se, neste momento, em tribunal.
Em março de 2022, a Câmara de Vila Real anunciou um investimento 1,2 milhões de euros na reabilitação do pavilhão desportivo da Escola Diogo Cão e, na altura, foi referido que a intervenção demoraria cerca de um ano.
O objetivo da intervenção era dotar o pavilhão, já com mais de 50 anos, de “condições de segurança” para a prática educativa e a formação desportiva, servindo a escola e, após o horário letivo, a comunidade.
A autarquia explicou que a empreitada foi organizada em duas fases distintas, adjudicadas a duas empresas e que, ambas as fases, resultaram de candidaturas apresentadas ao Norte 2020 e tiveram uma comparticipação financeira de 85%.
No entanto, segundo explicou, a “existência de duas fases ao mesmo tempo veio a revelar-se de muito difícil compatibilização exacerbando o comportamento, já de si, pouco consensual” do empreiteiro em causa, tendo mesmo esta empresa “suspendido de forma unilateral a sua empreitada e abandonado a empreitada, obrigando o município a agir em conformidade e em defesa do interesse público municipal”.
Para efeito, a câmara avançou com a aplicação de sanção contratual no valor de cerca de 217 mil euros (mais IVA), “por atraso reiterado no cumprimento das obrigações decorrentes do contrato”, e procedeu “à resolução do contrato a título sancionatório, tomando a posse administrativa da obra, bem como dos bens móveis e imóveis à mesma afetos, procedendo aos inventários, medições e avaliações necessárias”.
O município referiu que vai conseguir recuperar parte do financiamento comunitário desta obra, já no âmbito do novo quadro comunitário.
REGIÕES
MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.
“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.
E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.
A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.
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