NACIONAL
NOVOS RADARES ENTRAM HOJE EM FUNCIONAMENTO “PARA SALVAR VIDAS”
As estradas portuguesas passam hoje a contar com 37 novos radares, dos quais 12 de controlo da velocidade média, numa medida que a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) espera ver refletida na diminuição de acidentes e mortes.

As estradas portuguesas passam hoje a contar com 37 novos radares, dos quais 12 de controlo da velocidade média, numa medida que a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) espera ver refletida na diminuição de acidentes e mortes.
“Os radares contribuem, de facto, para diminuir a velocidade. Nesses locais reduziu-se o número de acidentes com vítimas em 36% e as vítimas mortais diminuíram 74%. Há uma clara correlação entre a existência de radares, a diminuição da velocidade e a sinistralidade. O que esperamos é que estes radares contribuam também para salvar as vidas das pessoas que circulam nas nossas estradas”, afirma o presidente do organismo, Rui Ribeiro.
Em declarações à Lusa, o líder da ANSR assegura que está “tudo pronto” para a entrada em funcionamento dos 37 radares, aos quais se vão juntar mais 25 a breve prazo, no total de 62.
Estes novos radares somam-se aos 61 já existentes e representam um investimento global de 6,2 milhões de euros, sendo que o investimento da instituição foi de 5,8 milhões de euros. Todavia, a intenção da ANSR é não ficar por aqui.
“O número de radares em Portugal ainda é diminuto face ao normal na Europa e sobretudo nos países onde a sinistralidade é, para nós, uma referência, como é o caso da Suécia. Temos muito poucos radares por milhão de habitantes, é um número insuficiente face ao que é normal nos países da Europa”, refere, continuando: “Não sei quando, mas, provavelmente, num futuro próximo teremos uma nova ‘leva’ de radares”.
Sublinhando que os novos radares serão “uma questão de hábito” para os condutores, com destaque para os de velocidade média — que controlam a velocidade entre dois pontos e verificam se a média é superior ao limite daquele troço -, Rui Ribeiro reafirma a importância de baixar a sinistralidade e rejeita a ‘caça à multa’: “Nós contamos vidas, não contamos euros”.
A instalação dos radares é também vista com bons olhos pela Prevenção Rodoviária Portuguesa, que enfatiza o seu papel enquanto “ferramenta para uma gestão de velocidade adequada”. Para o presidente da associação, José Miguel Trigoso, o controlo da velocidade média pode revelar-se “mais eficaz” a reduzir os acidentes.
“Este método é claramente benéfico relativamente ao outro que só media a velocidade instantânea naquele ponto e depois seguia-se a uma velocidade completamente diferente. Aqui, pelo menos durante determinada extensão de via – que tem acumulação de acidentes devido à velocidade – esse controlo é efetuado e garante um prolongamento de uma velocidade mais adequada por parte dos condutores”, observa.
Por sua vez, a Associação dos Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M) lembra que propôs radares de controlo da velocidade média em 2001. “Vai, finalmente, ser posto em prática. Nós não podemos senão congratular-nos com o facto, porque o controlo da velocidade média é um complemento importante ao controlo da velocidade máxima na fiscalização das estradas”, indica o presidente da entidade.
Porém, Manuel João Ramos defende que os radares devem ser complementados com outras estratégias: “Os radares não podem ser o principal instrumento de controlo do risco rodoviário nas estradas. É isso que nos preocupa: falta pessoal, faltam meios e falta um funcionamento equilibrado do sistema de controlo rodoviário e para isso é, de facto, necessário aumentar a capacidade das patrulhas da GNR e da PSP para a fiscalização nas estradas”.
Os 12 radares de velocidade média vão fiscalizar as autoestradas A1 (Santarém e Mealhada), A3 (Braga e Trofa), A25 (Águeda) e A42 (Paços de Ferreira), nos itinerários complementares IC2 (Loures e Rio Maior) e IC19 (Sintra) e nas estradas nacionais EN10 (Montijo e Vila Franca de Xira), EN109 (Figueira da Foz) e EN211 (Marco de Canaveses).
Os restantes 25 radares destinam-se a medir a velocidade instantânea e a sua atividade vai centrar-se em estradas nacionais.
Entre os locais controlados a partir de hoje estão: A1 (dois em Vila Nova de Gaia), A2 (Albufeira), A44 (Vila Nova de Gaia), A7 (dois em Guimarães), EN101 (Guimarães), EN103 (Barcelos), EN105 (Santo Tirso), EN109 (Figueira da Foz), EN119 (Benavente), EN125 (Faro), EN14 (Maia), EN18 (Belmonte), EN206 (Fafe), EN234 (Nelas), EN251 (Coruche), EN252 (dois radares em Palmela), EN260 (Beja), EN5 (Montijo), IC17 (Loures), IC2 (Coimbra e Águeda) e IP7 (Lisboa).

NACIONAL
POBREZA ENTRE CRIANÇAS E JOVENS PODE ACENTUAR POBREZA ESTRUTURAL
O aumento da pobreza entre as crianças e os jovens poderá “acentuar o caráter estrutural da pobreza” em Portugal e marcar vincadamente” as oportunidades e a qualidade de vida que terão, segundo um estudo hoje divulgado.

O aumento da pobreza entre as crianças e os jovens poderá “acentuar o caráter estrutural da pobreza” em Portugal e marcar vincadamente” as oportunidades e a qualidade de vida que terão, segundo um estudo hoje divulgado.
“Enquanto até ao início do presente século a população mais idosa era aquela que se confrontava com uma maior exposição à situação de pobreza, nos últimos anos verificou-se um forte acentuar da pobreza das crianças e dos jovens, com índices de pobreza superiores aos da população idosa e mesmo do conjunto da população”, lê-se no relatório de “Um Índice de Justiça Intergeracional para Portugal”, coordenado pelo professor catedrático Paulo Trigo Pereira.
Os investigadores observam que esta mutação no perfil etário da população pobre, traduzido por uma maior incidência da pobreza nas crianças poderá, se não for contrariada, “acentuar o caráter estrutural da pobreza em Portugal e marcar de forma vincada as oportunidades e a qualidade de vida que as crianças de hoje terão ao longo da sua vida”.
“Em Portugal, bem como na generalidade dos países da União Europeia, assistiu-se nas últimas décadas a uma transformação significativa do perfil da população pobre”, observam os autores do trabalho, que é hoje apresentado na Fundação Calouste Gulbenkian.
No documento, assinala-se que em Portugal houve recessões em 1993, 2003, 2009, 2011-2013 e 2020, com reflexos nas taxas de desemprego, rendimentos e emigração.
No que toca à precariedade laboral, na década de 2010 houve uma tendência de aumento significativo da proporção de jovens com contratos a termo (35% em 2010), atingindo mais de metade dos contratos nos anos anteriores à pandemia (2016 a 2019). “Se compararmos com os jovens europeus, vemos que não só na Europa esta proporção é muito menor (ronda os 20%) como não aumentou ao longo da mesma década”, lê-se no documento.
NACIONAL
MINISTÉRIO ASSUME ATRASO NA PROGRESSÃO DA CARREIRA DE 532 OFICIAIS DE JUSTIÇA
A Direção-Geral da Administração da Justiça (DGAJ) admitiu o atraso no reconhecimento do tempo de serviço em período experimental para progressão na carreira de 532 oficiais de justiça, conforme decretou o Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa (TACL).

A Direção-Geral da Administração da Justiça (DGAJ) admitiu o atraso no reconhecimento do tempo de serviço em período experimental para progressão na carreira de 532 oficiais de justiça, conforme decretou o Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa (TACL).
Em causa está a decisão do TACL de 02 de maio de 2023, na sequência de uma ação administrativa colocada em 2009, que reconheceu aos 532 funcionários judiciais subscritores dessa ação o direito a ver considerado o tempo de serviço durante o período probatório para progredirem na carreira e que condenou o Ministério da Justiça a reparar aos visados as consequências dessa ausência de contagem.
“Face à complexidade das operações envolvidas, informa-se que apesar dos esforços empreendidos até à data nesse sentido, não foi possível concluir a execução integral da sentença, encontrando-se ainda a decorrer as operações materiais para a efetiva execução”, admitiu a DGAJ numa nota publicada no site oficial.
O organismo liderado pela juíza desembargadora Isabel Namora acrescentou ainda que as operações devem estar “concluídas nos próximos dois meses” relativamente aos oficiais de justiça abrangidos por esta decisão.
No passado dia 12 de julho, a DGAJ emitiu um comunicado no qual adiantou que “já deu início à prática dos atos e operações materiais necessários à execução” daquela sentença do TACL e que iria proceder, “em devido tempo, ao tratamento de todas as situações que se encontrem pendentes”, embora tenha assumido também que previa “uma tarefa exigente e morosa”.
Questionado sobre a posição do organismo tutelado pelo Ministério da Justiça, o presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), António Marçal, garantiu não ficar surpreendido e lembrou que na semana passada tinha alertado os oficiais de justiça – quer os que integravam a ação, quer os outros que se considerem abrangidos por esta decisão — para enviarem um conjunto de dados ao sindicato no sentido de acautelar o reconhecimento dos seus direitos.
“Não me admira que isto seja por a DGAJ não ter orçamento para pagar os valores em causa. Nestes 532 oficiais de justiça – e mais alguns milhares, alguns possivelmente até já aposentados – poderemos estar a falar de alguns milhões de euros. Os efeitos da ação, atendendo ao princípio da igualdade, têm de ser aplicados a todos os trabalhadores que reúnam as mesmas condições”, sublinhou o dirigente à Lusa.
Já o presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ), Carlos Almeida, lamentou o adiamento de uma solução sobre esta questão e voltou a criticar a liderança da DGAJ, ao apelar ao Conselho Superior da Magistratura (CSM) para terminar as comissões de serviço da desembargadora Isabel Namora e da subdiretora-geral, a juíza Ana Cláudia Cáceres Pires.
“A DGAJ está, uma vez mais, a adiar o cumprimento de uma decisão judicial. Considero que o CSM deve fazer cessar a comissão de serviço das responsáveis máximas pela DGAJ, cujo desempenho tem sido mais de natureza política do que de respeito pelo órgão de soberania — os tribunais. A manutenção dessas comissões de serviço não vem prestigiando, pela ação desenvolvida, nem a magistratura nem os tribunais”, finalizou.
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