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NO MUNDO UMA EM CADA OITO MULHERES FORAM VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL

Mais de 370 milhões de raparigas ou mulheres, ou uma em cada oito, foram vítimas de violação ou abuso sexual na infância, e em Portugal é reportado um caso por cada dia de escola, adiantou hoje a UNICEF.

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Mais de 370 milhões de raparigas ou mulheres, ou uma em cada oito, foram vítimas de violação ou abuso sexual na infância, e em Portugal é reportado um caso por cada dia de escola, adiantou hoje a UNICEF.

A propósito do Dia Internacional da Rapariga, que se assinala a 11 de outubro, a agência das Nações Unidas para a infância, a UNICEF, revela “as primeiras estimativas globais e regionais de sempre sobre a violência sexual contra crianças”, as quais “revelam a dimensão da violência em todo o mundo, uma violação dos direitos humanos, com especial enfoque nas raparigas e mulheres, com repercussões negativas na saúde e bem-estar psicológico, emocional e social, na infância e vida adulta”.

Os dados apontam para mais de 370 milhões de raparigas e mulheres vítimas de violação ou abuso sexual antes dos 18 anos, “uma prevalência alarmante”.

“Embora haja mais raparigas e mulheres afetadas e as suas experiências estejam mais documentadas, os rapazes e os homens também são afetados. Estima-se que 240 a 310 milhões de rapazes e homens – 1 em cada 11 – tenham sido vítimas de violação ou abuso sexual durante a infância”, revela ainda o relatório “Violência Sexual contra as Crianças”.

A UNICEF adianta ainda que se a análise for alargada a violência sexual sem contacto físico, abrangendo, por exemplo, violência verbal ou em ambiente digital, “o número de raparigas e mulheres afetadas aumenta para 650 milhões a nível mundial e o número de rapazes e homens para 410 a 530 milhões, o que realça a necessidade urgente de estratégias integradas e ambiciosas de prevenção e combate a todos os tipos de violência contra crianças”.

“A persistência de lacunas nos dados, nomeadamente no que diz respeito às novas formas de violência sexual sem contacto, realça a necessidade de um maior investimento na recolha de dados para conhecer a realidade total da violência sexual contra crianças”, defende a ONU.

Em Portugal, a UNICEF recorda dados de 2023 relativos a violência nas escolas que apontam para um caso de violência sexual reportado a cada dia escolar, o que leva a diretora da agência em Portugal, Beatriz Imperatori, a pedir, em comunicado, “sistemas de proteção” e “tolerância zero” para com este tipo de violência, e a instar o Estado a reforçar o conhecimento da realidade no país e a implementar “políticas públicas eficazes”.

A agência da ONU sublinha que o relatório revela que a violência sexual contra crianças “é uma prática generalizada, ultrapassando fronteiras geográficas, culturais e económicas”, com a África subsariana a ser a região do globo mais afetada — 79 milhões de raparigas afetadas — seguindo-se a Ásia Oriental e Sudeste, com 75 milhões, a Ásia Central e do Sul, com 73 milhões, a Europa e América do Norte com 68 milhões, América Latina e Caraíbas com 45 milhões, Norte de África e Ásia Ocidental com 29 milhões e a Oceânia com seis milhões.

A maior parte dos abusos acontece na adolescência, “com um pico significativo entre os 14 e os 17 anos”, refere a UNICEF.

“As crianças vítimas de abuso sexual transportam frequentemente o trauma para a vida adulta, enfrentando riscos mais elevados perante doenças sexualmente transmissíveis, abuso de substâncias, isolamento social ou problemas de saúde mental (como ansiedade e depressão), bem como apresentam dificuldades em formar relações saudáveis”, aponta o comunicado.

A UNICEF recorda que acontece a 07 e 08 de novembro, em Bogotá, na Colômbia, a primeira Conferência Ministerial Global Sobre a Violência Contra as Crianças e defende que este “é o momento de agir de forma global e nacional”, esperando que da conferência saia a decisão de “desafiar e mudar as normas sociais e culturais” para adotar uma “política de tolerância zero com a violência”, assim como mudanças na lei para reforçar a proteção das crianças, entre outras medidas.

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INTERNACIONAL

BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE

Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

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Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.

A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).

“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.

“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.

Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.

Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.

A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.

Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.

Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.

Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.

Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.

Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.

A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.

“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.

“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

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PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO

O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

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O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.

Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.

“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.

Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.

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