ARTE & CULTURA
PORTO: CONCERTOS PROMENADE REGRESSAM AO COLISEU
A nova temporada dos Concertos Promenade do Coliseu do Porto, um ciclo de concertos comentados para famílias, inicia-se no próximo domingo e prolonga-se até novembro, com um programa que abordará Tchaikovsky, Gershwin, Ravel e A Garota Não.
A nova temporada dos Concertos Promenade do Coliseu do Porto, um ciclo de concertos comentados para famílias, inicia-se no próximo domingo e prolonga-se até novembro, com um programa que abordará Tchaikovsky, Gershwin, Ravel e A Garota Não.
No total serão seis concertos “muito especiais”, o primeiro dos quais já no domingo com o Pulsat Percussion Group que apresenta “… Até ao Mar”, uma viagem musical baseada na curta-metragem infantil “Paddle to the Sea”, que será exibida ao longo do concerto, refere a organização em comunicado.
“Paddle to the Sea”, de Bill Mason, é uma jornada pelo mundo aquático e “um verdadeiro hino à natureza”, chamando a atenção dos mais novos para a ecologia.
O segundo concerto, “Canções da Liberdade”, acontece na semana em que se assinalam os 50 anos do 25 de Abril e é sob inspiração da Revolução dos Cravos que a Orquestra de Jazz de Espinho lançou o repto a oito compositores para criar “obras inéditas sobre canções icónicas que, à volta do globo, materializaram o protesto, a luta pela liberdade, a defesa dos direitos humanos, da justiça e dos mais elementares princípios da dignidade humana”.
De José Afonso a Nina Simone, de Lluis Llach à Liberation Music Orchestra, de Sérgio Godinho a Sam Cooke, o repertório deste concerto, marcado para 28 de abril, propõe uma visão da música “como motor para a mudança, mediação coletiva, grito de liberdade”.
“Romeu e Julieta”, de Tchaikovsky, apresenta-se a 26 de maio, e é inspirado na obra de Shakespeare, aqui interpretada pela Orquestra Sinfónica Artave.
Após a pausa de verão, os Promenade retomam a 15 de setembro com “Um Americano em Paris”, onde o compositor George Gershwin mostra, através da música, a sua visão sobre a capital francesa, com música interpretada pela Orquestra Sinfónica Ensemble.
No mês seguinte, a 13 de outubro, A Garota Não recebe “Carta Branca” para um concerto com obras da sua preferência e também a interpretação de canções do seu repertório, tocadas pela Orquestra Clássica de Espinho, salienta a organização.
Ainda de acordo com o Coliseu, a temporada despede-se, a 24 de novembro, com a Orquestra Clássica da ESMAE, ao ritmo de “O Bolero”, de Maurice Ravel, “uma das mais amadas pelos melómanos e que importa dar a conhecer aos mais novos”.
O Coliseu do Porto recorda que foi em março de 2022, que os Concertos Promenade foram adaptados para se apresentarem enquanto sessões descontraídas (pensadas para as pessoas e famílias que preferem ou beneficiam de um ambiente mais descontraído num espaço cultural, por exemplo, pessoas com défice de atenção, pessoas com deficiência intelectual, pessoas com condições do espetro autista, pessoas com deficiências sensoriais ou de comunicação, bem como a famílias com crianças pequenas).
ARTE & CULTURA
PAUL MCCARTNEY PEDE AO GOVERNO PARA PROTEGER ARTISTAS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
O ex-Beatle Paul McCartney apelou hoje ao Governo britânico para reforçar a proteção dos artistas contra a inteligência artificial (IA), numa altura em que o executivo considera uma reforma da lei dos direitos de autor.
O ex-Beatle Paul McCartney apelou hoje ao Governo britânico para reforçar a proteção dos artistas contra a inteligência artificial (IA), numa altura em que o executivo considera uma reforma da lei dos direitos de autor.
Numa entrevista à BBC, o cantor e compositor britânico, de 82 anos, alertou que os músicos podem ser “despojados” das suas criações e voltou a criticar o projeto do Governo trabalhista que prevê alterações à legislação sobre direitos de autor.
Entre as propostas está “uma exceção aos direitos de autor” para treinar modelos de IA com fins comerciais, cujo projeto ofereceria aos criadores a possibilidade de “reservar os seus direitos”.
Paul McCartney, que manteve uma carreia praticamente a solo após a dissolução oficial dos Beatles, em 1970, sustenta que, com essa reforma, os artistas perderão o controlo sobre as suas obras.
“Os jovens podem escrever uma bela canção, mas podem acabar por não ser os proprietários dela”, disse.
Pior ainda, “qualquer pessoa poderá apropriar-se dessa canção”, denunciou.
“A verdade é que o dinheiro irá para algum lado. Alguém será pago. Não deverá ser o tipo que escreveu ‘Yesterday’?”, um dos temas mais conhecidos dos The Beatles, composto por Paul McCartney (creditada a Lennon/McCartney), gravada em 1965 para o álbum “Help!”, questionou.
“Se apresentarem um projeto de lei, assegurem-se de que protegem os pensadores e os artistas, caso contrário, não terão o seu apoio. Somos o povo, vocês são o Governo. É suposto que nos protejam. Esse é o vosso trabalho”, reforçou McCartney.
O Governo britânico anunciou que aproveitará o período de consulta pública, que decorre até 25 de fevereiro, para explorar os principais pontos do debate, incluindo a forma como os criadores poderão obter licenças e ser remunerados pela utilização das suas obras.
Questionada sobre estas propostas numa entrevista à BBC, a ministra das Finanças britânica, Rachel Reeves, garantiu que “quer apoiar os artistas” e fará “tudo para que os direitos de autor sejam respeitados”.
Em novembro de 2023, McCartney e Ringo Starr, os membros sobreviventes dos Beatles (George Harrison morreu em novembro de 2001), usaram a IA para extrair a voz de John Lennon, assassinado em 1980 em Nova Iorque, de uma canção inacabada com várias décadas, intitulada “Now and Then”.
“Eu acho que a IA é fantástica e pode fazer muitas coisas incríveis”, admitiu Paul McCartney.
“No entanto, a IA não deve despojar os criadores. Isso não faz sentido”, concluiu.
ARTE & CULTURA
PORTO: SERRALVES RECEBE 37 OBRAS CONTEMPORÂNEAS DA COLEÇÃO DUERCKHEIM
A Fundação de Serralves, no Porto, assinou um acordo para receber em depósito 37 obras de 19 artistas provenientes da Coleção Duerckheim, que prevê ainda a doação de uma peça de Anselm Kiefer à instituição portuguesa.
A Fundação de Serralves, no Porto, assinou um acordo para receber em depósito 37 obras de 19 artistas provenientes da Coleção Duerckheim, que prevê ainda a doação de uma peça de Anselm Kiefer à instituição portuguesa.
Em comunicado, a Fundação de Serralves anunciou que vai receber, neste âmbito, o depósito de peças de Darren Almond, Georg Baselitz, Isaak Brodsky, Roman Buxbaum, Jake e Dinos Chapman, Theaster Gates, Gilbert & George, Antony Gormley, Damien Hirst, Zhang Huan, Stefan Hunstein, Anselm Kiefer, Michael Landy, Mamedov, Haralampi Oroschakoff, Sam Taylor-Wood, Matthias Wähner, Cerith Wyn Evans e Remy Zaugg.
O acordo inclui a doação de “Dat rosa miel apibus”, de Anselm Kiefer.
“É com grande alegria que Serralves recebe em depósito esta extraordinária coleção reunida ao longo de décadas de dedicação à arte pelo Conde Duerckheim. Este é um momento de grande importância para Serralves, e o acordo representa o reconhecimento da capacidade da Fundação para atrair e acolher as maiores coleções internacionais de arte contemporânea”, disse a presidente do conselho de administração da fundação, Ana Pinho, citada no mesmo comunicado.
De acordo com Serralves, o acordo foi possível graças à influência de Nuno Luzio, que deu a ideia ao Conde Christian Duerckheim, algo saudado por ambas as partes.
“Tendo estado fora de Portugal durante mais de 20 anos, Nuno Luzio demonstra o poder da diáspora portuguesa e o bem maior que podem fazer pelo seu país”, afirmou Ana Pinho.
Nascido em 1944 na região alemã da Saxónia, o industrial Christian Duerckheim viveu em Londres na década de 1960 e tornou-se num dos “mais significativos colecionadores da Europa”, como escreveu o jornal britânico The Guardian, em 2013, aquando de uma doação de 34 desenhos de artistas alemães modernos e de mais 60 trabalhos ao British Museum.
Em 2011, Duerckheim vendeu cerca de 80 obras através da leiloeira Sotheby’s por um valor recorde de mais de 100 milhões de libras, segundo notícias publicadas então pela imprensa especializada.
Na altura, ao New York Times, Christian Duerckheim afirmou que sempre quis ver a arte do seu tempo, enquanto alguém interessado em história que ficou obcecado com a arte do seu próprio país depois de ver uma obra de Georg Baselitz em 1970.
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