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ALGARVE: AGRICULTORES PEDEM MEDIDAS URGENTES PARA COMBATER FALTA DE ÁGUA

Agricultores e produtores do barlavento algarvio reclamam medidas urgentes para combater a falta de água para as culturas de regadio, prevendo “grandes complicações” para a próxima campanha agrícola, devido à seca extrema e falta de água nas barragens.

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Agricultores e produtores do barlavento algarvio reclamam medidas urgentes para combater a falta de água para as culturas de regadio, prevendo “grandes complicações” para a próxima campanha agrícola, devido à seca extrema e falta de água nas barragens.

“São precisas medidas urgentes e políticas concretas e efetivas para combater o problema da falta de água para o regadio, porque, infelizmente, corremos o risco de muitos agricultores abandonarem as explorações”, lamentou à Lusa David Ferreira, o responsável da empresa Frutas Tereso, produtora de citrinos no barlavento algarvio.

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o barlavento (oeste) do Algarve é uma das regiões mais afetadas pela seca que afeta o país, com as bacias do Barlavento a apresentarem uma disponibilidade de água de 14,3%, no final de dezembro.

“Infelizmente e caso não chova nos próximos meses, toda a produção frutícola e hortícola fica posta em causa, o que faz prever já grandes complicações para a campanha agrícola que começa em março, abril”, apontou o responsável da Frutas Tereso.

Segundo revelou na terça-feira o ministro do Ambiente e Ação Climática, o Governo restringiu o uso de várias barragens para produção de eletricidade e para rega agrícola devido à seca, incluindo-se neste último caso a barragem da Bravura, em Lagos.

David Ferreira defende a implementação “imediata de medidas que possam atenuar a falta de água, num ano que se está a revelar como um dos mais secos dos últimos 20” anos, sublinhando que a situação é comparável à que viveram há alguns anos os países do Norte de África.

“Embora há vários anos se fale num plano hídrico para o Algarve, as coisas andam devagar e não se veem movimentações no terreno para que se encontrem soluções para um setor que sentimos que é o parente pobre na região”, notou.

Para o responsável da empresa, que movimenta, em média, 20 mil toneladas de citrinos anuais, “caso não haja políticas concretas e efetivas, o Algarve corre o risco de ver desaparecer a maioria das explorações agrícolas, onde foram investidos milhões de euros para aumentar a sua eficiência hídrica”.

A preocupação sobre o futuro daquele setor primário é partilhada também pelo responsável da empresa Brejeira, dedicada ao setor da fruticultura e horticultura, em que a escassez de água para a próxima campanha está a ser vista “como um sério problema”.

“Estamos assustados com a fraca pluviosidade deste ano hidrológico e os baixos níveis de água armazenados nas barragens, o que se reflete nos custos de produção e na qualidade dos produtos”, apontou Luís Santos.

Segundo o responsável, a ausência de chuva nos últimos meses “obrigou os produtores a efetuarem regas contínuas, através de barragens e de furos próprios, o que aumenta os custos de produção, devido à utilização de energia elétrica para o funcionamento das bombas”.

“Além disso, enfrentamos também o problema da escassez de água nos furos, o que nos obriga a olhar para o futuro com muita apreensão”, destacou o empresário.

Os presidentes das associações de regantes de Alvor e de Silves admitiram à Lusa que a distribuição de água para rega “pode vir a ser condicionada, já na próxima campanha agrícola, caso não chova para repor os níveis nas bacias das barragens”.

O presidente da Associação de Regantes e Beneficiários de Alvor (ARBA), entidade que gere a barragem da Bravura, destinada à rega agrícola, golfes, jardins e abastecimento público, admitiu estar já a ser equacionado o racionamento de água para a próxima campanha que tem início em março.

“Vamos fazer uma calendarização para distribuição de água para as plantações de citrinos e para as culturas permanentes e em determinados períodos. Têm de ser analisadas as quantidades de árvores por cada agricultor, ao qual serão atribuídos determinados litros”, afirmou António Marreiros.

Construída em 1958, a barragem da Bravura, que abastece cerca de 1.800 hectares de explorações no perímetro hidroagrícola de Alvor, num total de 937 beneficiários, tem atualmente armazenados cerca de cinco milhões de metros cúbicos.

Este valor representa 14% da sua capacidade total, que é de 34 hectómetros, volume que pode apenas ser comparado aos meses de janeiro das décadas de 1983 e 1993, com o registo de três milhões de metros cúbicos.

Para o responsável da ARBA, o momento “extremamente difícil que o barlavento algarvio atravessa faz antever que não possa haver água para a próxima campanha de rega”, embora mantenha a esperança de que “ainda possa chover nos próximos três meses para repor níveis aceitáveis”.

“Do volume atualmente armazenado apenas podemos retirar 2,5 milhões de metros cúbicos, o que é muito pouco para satisfazer as necessidades de rega nesta altura do ano”, notou o responsável.

Também o presidente da Associação de Regantes de Silves, João Garcia, gestor do perímetro de rega de Silves, servido pela barragem do Funcho, admitiu que a falta de pluviosidade nos próximos meses “pode obrigar a uma redução na distribuição de água aos beneficiários nas próximas campanhas agrícolas”.

“Felizmente, a reserva que temos na bacia do Arade que é alimentada pela barragem do Funcho, que serve a nossa agricultura, regista valores aceitáveis – 54% -, mas o problema é que, devido à falta de chuva, temos estado sempre a regar e no final da campanha reduzimos o número de dias de fornecimento de água”, apontou.

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VILA REAL: CONCURSO PARA CONCLUSÃO DO PAVILHÃO DA ESCOLA DIOGO CÃO

O município de Vila Real abriu esta quinta-feira um concurso público, pelo preço base de 900 mil euros, para concluir a requalificação de um pavilhão desportivo, depois de tomar posse administrativa da obra, em abril, por abandono da empreitada.

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O município de Vila Real abriu esta quinta-feira um concurso público, pelo preço base de 900 mil euros, para concluir a requalificação de um pavilhão desportivo, depois de tomar posse administrativa da obra, em abril, por abandono da empreitada.

O anúncio do concurso público para a conclusão da empreitada de requalificação e beneficiação do pavilhão da Escola Diogo Cão foi publicado esta quinta-feira em Diário da República (DR).

O preço base do procedimento é de cerca de 900 mil euros, o prazo para entrega de propostas decorre até 13 de fevereiro e, depois de adjudicada, a obra deve ser concluída em 270 dias.

Em abril, a Câmara de Vila Real informou que tomou posse administrativa da obra de requalificação deste pavilhão desportivo, localizado na cidade, por alegado incumprimento do empreiteiro que terá suspendido e abandonado a empreitada.

O processo encontra-se, neste momento, em tribunal.

Em março de 2022, a Câmara de Vila Real anunciou um investimento 1,2 milhões de euros na reabilitação do pavilhão desportivo da Escola Diogo Cão e, na altura, foi referido que a intervenção demoraria cerca de um ano.

O objetivo da intervenção era dotar o pavilhão, já com mais de 50 anos, de “condições de segurança” para a prática educativa e a formação desportiva, servindo a escola e, após o horário letivo, a comunidade.

A autarquia explicou que a empreitada foi organizada em duas fases distintas, adjudicadas a duas empresas e que, ambas as fases, resultaram de candidaturas apresentadas ao Norte 2020 e tiveram uma comparticipação financeira de 85%.

No entanto, segundo explicou, a “existência de duas fases ao mesmo tempo veio a revelar-se de muito difícil compatibilização exacerbando o comportamento, já de si, pouco consensual” do empreiteiro em causa, tendo mesmo esta empresa “suspendido de forma unilateral a sua empreitada e abandonado a empreitada, obrigando o município a agir em conformidade e em defesa do interesse público municipal”.

Para efeito, a câmara avançou com a aplicação de sanção contratual no valor de cerca de 217 mil euros (mais IVA), “por atraso reiterado no cumprimento das obrigações decorrentes do contrato”, e procedeu “à resolução do contrato a título sancionatório, tomando a posse administrativa da obra, bem como dos bens móveis e imóveis à mesma afetos, procedendo aos inventários, medições e avaliações necessárias”.

O município referiu que vai conseguir recuperar parte do financiamento comunitário desta obra, já no âmbito do novo quadro comunitário.

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MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO

O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.

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O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.

Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.

“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.

E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.

A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.

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