INTERNACIONAL
SUÍÇA DESCARTA ACORDO IMEDIATO DURANTE A CONFERÊNCIA DE PAZ PARA A UCRÂNIA
A Suíça descartou hoje que as conversações durante a conferência de paz para a Ucrânia sirvam para chegar a um acordo imediato sobre o fim do conflito armado, garantindo que o encontro será apenas o início das negociações.
A Suíça descartou hoje que as conversações durante a conferência de paz para a Ucrânia sirvam para chegar a um acordo imediato sobre o fim do conflito armado, garantindo que o encontro será apenas o início das negociações.
“É bastante claro para nós que não assinaremos nenhum acordo de paz no final”, disse Viola Amherd, presidente do Conselho Federal da Suíça, sublinhando que posteriormente terão de ser mantidas conversações com o lado russo para resolver o assunto.
Nesse sentido, sublinhou que “as duas partes devem sentar-se à mesa das negociações para alcançar a paz”, lembrando o facto de a Rússia não ter sido convidada para a cimeira a ser realizada nesse mês.
“Poderá estar presente no próximo evento, o que dará continuidade a esse”, acrescentou a dirigente suíça, que também é ministra da Defesa.
A Suíça convidou cerca de 160 países de todo o mundo para discutir diferentes formas de alcançar uma paz duradoura na Ucrânia, que enfrenta a invasão lançada há mais de dois anos pela Rússia. Até ao momento, cerca de 80 países já confirmaram presença no evento, marcado para 15 e 16 de junho. Moscovo, por sua vez, indicou que não iria comparer mesmo que tivesse recebido um convite.
Amherd defendeu que a conferência procura “criar uma plataforma de diálogo, cujo primeiro passo deveria ser abordar como a paz pode ser alcançada” neste contexto.
“Não se trataria de paz no sentido mais amplo, mas sim de questões humanitárias, segurança nuclear, liberdade de navegação e segurança alimentar”, esclareceu.
“Queremos construir confiança e procurar soluções para essas questões, que são importantes para a população civil mas também para o estabelecimento da paz mais tarde”, afirmou, sublinhando que para o sucesso do processo é essencial que estejam presentes não apenas os aliados da Ucrânia, mas também países “com influência próxima da Rússia, especialmente a China”.
No entanto, o Governo chinês reiterou que não participará na cimeira, embora tenha destacado a importância da conferência.
A Índia, por sua vez, optou apenas por enviar alguns representantes.
“É importante para nós que venham mais países que não sejam da Europa Ocidental. (…) Cerca de metade dos 80 participantes confirmados são daquela zona, a outra metade de África, América do Sul e Ásia”, afirmou Viola Amherd.
A Rússia tem-se distanciado tradicionalmente desse tipo de iniciativa, embora as autoridades russas esperem que da cimeira de junho surja “um roteiro concreto” para que Moscovo participe num hipotético processo de paz.
INTERNACIONAL
BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.
A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).
“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.
“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.
Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.
Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.
A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.
Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.
Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.
Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.
Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.
Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.
A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.
“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.
“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
INTERNACIONAL
PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.
Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.
“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.
Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.
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