REGIÕES
TRÁS-OS-MONTES: CIM DESAFIA GOVERNO A DESCENTRALIZAR GESTÃO DA ÁGUA
O presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes desafiou hoje o Governo a demonstrar a vontade de descentralizar, aceitando a reivindicação de passar para os municípios deste território a gestão completa da água e saneamento.
O presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes desafiou hoje o Governo a demonstrar a vontade de descentralizar, aceitando a reivindicação de passar para os municípios deste território a gestão completa da água e saneamento.
Jorge Fidalgo é o terceiro presidente desde que a CIM iniciou o processo de tentar convencer o Governo a transferir das Águas do Norte para a organização de municípios a gestão de todo o sistema, a chamada verticalização.
Os nove concelhos do distrito de Bragança, que compõem a comunidade intermunicipal, são responsáveis pela água do depósito até à cobrança junto dos consumidores, o chamado sistema em baixa, enquanto as restantes infraestruturas, nomeadamente as barragens e tratamento, estão a cargo das Águas de Portugal.
Apenas dois municípios (Vimioso e Miranda do Douro) têm a totalidade do sistema da água por conta própria e o que todos pretendem é que passe a ser a CIM a gerir tudo na região, e há vários anos que fizeram a proposta ao Governo sem que até agora tenham chegado “a uma solução definitiva”.
“Numa altura em que se fala tanto de descentralização, aqui está uma área em que queremos nós mesmos desejar assumir essa responsabilidade”, afirmou o presidente da CIM.
O valor que os municípios terão que pagar às Águas do Norte para ficarem na posse do património do sistema em alta e do saneamento é uma das questões em causa no processo, segundo disse.
“A CIM fez um primeiro estudo, o Governo está a fazer agora um outro estudo. Não queríamos era que isso se prolongasse porque esta é uma situação que é só benéfica para as populações, e nós queremos acreditar que o Governo também aderirá a essa nossa reivindicação”, afirmou.
Esta é uma das preocupações e problemas do território abordada com os três deputados (dois do PS e um do PSD) eleitos por Bragança na Assembleia da República, numa reunião pedida pela CIM, que representa os municípios de Alfândega da Fé, Bragança, Mirandela, Macedo de Cavaleiros, Vinhais, Vimioso, Mogadouro, Miranda do Douro e Vila Flor.
A Comunidade Intermunicipal tomou a iniciativa e pretende fazer este tipo de reuniões “com alguma periodicidade” com os deputados por entender que poderá ser possível “chegar mais rápido à resolução”, havendo “uma complementaridade e uma consonância na procura das melhores soluções para os problemas”.
Nesta reunião, os autarcas e os deputados falaram também dos fundos do próximo quadro comunitário e da preocupação de que “a região não fique prejudicada” na atribuição.
As comunidades intermunicipais têm direito a verbas para gestão direta e o presidente da CIM Terras de Trás-os-Montes receia que a região venha a ter menos financiamento, mesmo que lhe seja atribuído um valor idêntico ao dos últimos anos.
Jorge Fidalgo explicou que o receio resulta da possibilidade de dependerem do valor que for transferido para a CIM de áreas que estavam a ser financiadas por outros programas.
A reunião de hoje com os deputados resulta, na opinião do eleito pelo PSD Adão Silva, “de uma clara necessidade de criar complementaridades, sinergias e entreajuda entre os deputados e os autarcas que estão muito mais próximos das populações.
“Viemos para aqui para ouvir, aconselhar e para ter um conjunto de informações para em Lisboa, no parlamento, junto do Governo, podermos agir e ajudar a que as coisas evoluam para bem das nossas populações”, declarou.
O deputado do PS Sobrinho Teixeira espera que seja a primeira de muitas reuniões e salientou como mais importante todos juntos ajudarem a desenhar as condições para que o investimento do próximo quadro comunitário seja de acordo com aquilo que mais se pretende para a região.
“É importante reavaliar as prioridades, mesmo das próprias autarquias, no sentido de haver um trabalho para atrair pessoas, empresas, criar habitação, porque nós sabemos que se não forem as autarquias a fazer e a pressionar não vai ser o Governo de Lisboa que o vai fazer”, considerou a deputada socialista Berta Nunes.
REGIÕES
VILA REAL: CONCURSO PARA CONCLUSÃO DO PAVILHÃO DA ESCOLA DIOGO CÃO
O município de Vila Real abriu esta quinta-feira um concurso público, pelo preço base de 900 mil euros, para concluir a requalificação de um pavilhão desportivo, depois de tomar posse administrativa da obra, em abril, por abandono da empreitada.
O município de Vila Real abriu esta quinta-feira um concurso público, pelo preço base de 900 mil euros, para concluir a requalificação de um pavilhão desportivo, depois de tomar posse administrativa da obra, em abril, por abandono da empreitada.
O anúncio do concurso público para a conclusão da empreitada de requalificação e beneficiação do pavilhão da Escola Diogo Cão foi publicado esta quinta-feira em Diário da República (DR).
O preço base do procedimento é de cerca de 900 mil euros, o prazo para entrega de propostas decorre até 13 de fevereiro e, depois de adjudicada, a obra deve ser concluída em 270 dias.
Em abril, a Câmara de Vila Real informou que tomou posse administrativa da obra de requalificação deste pavilhão desportivo, localizado na cidade, por alegado incumprimento do empreiteiro que terá suspendido e abandonado a empreitada.
O processo encontra-se, neste momento, em tribunal.
Em março de 2022, a Câmara de Vila Real anunciou um investimento 1,2 milhões de euros na reabilitação do pavilhão desportivo da Escola Diogo Cão e, na altura, foi referido que a intervenção demoraria cerca de um ano.
O objetivo da intervenção era dotar o pavilhão, já com mais de 50 anos, de “condições de segurança” para a prática educativa e a formação desportiva, servindo a escola e, após o horário letivo, a comunidade.
A autarquia explicou que a empreitada foi organizada em duas fases distintas, adjudicadas a duas empresas e que, ambas as fases, resultaram de candidaturas apresentadas ao Norte 2020 e tiveram uma comparticipação financeira de 85%.
No entanto, segundo explicou, a “existência de duas fases ao mesmo tempo veio a revelar-se de muito difícil compatibilização exacerbando o comportamento, já de si, pouco consensual” do empreiteiro em causa, tendo mesmo esta empresa “suspendido de forma unilateral a sua empreitada e abandonado a empreitada, obrigando o município a agir em conformidade e em defesa do interesse público municipal”.
Para efeito, a câmara avançou com a aplicação de sanção contratual no valor de cerca de 217 mil euros (mais IVA), “por atraso reiterado no cumprimento das obrigações decorrentes do contrato”, e procedeu “à resolução do contrato a título sancionatório, tomando a posse administrativa da obra, bem como dos bens móveis e imóveis à mesma afetos, procedendo aos inventários, medições e avaliações necessárias”.
O município referiu que vai conseguir recuperar parte do financiamento comunitário desta obra, já no âmbito do novo quadro comunitário.
REGIÕES
MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.
“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.
E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.
A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.
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