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DENTISTAS VÃO MANIFESTAR-SE EM FRENTE AO PARLAMENTO

Os dentistas vão manifestar-se na quinta-feira frente ao parlamento para exigir a criação da carreira especial de médico dentista no Serviço Nacional de Saúde e impedir a abertura de mais um curso perante a “espiral da desvalorização” da classe.

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Os dentistas vão manifestar-se na quinta-feira frente ao parlamento para exigir a criação da carreira especial de médico dentista no Serviço Nacional de Saúde e impedir a abertura de mais um curso perante a “espiral da desvalorização” da classe.

A manifestação, onde são esperados cerca de 300 profissionais, foi convocada pelo Sindicato dos Médicos Dentistas (SMD), por considerar que é “o momento de agir e lutar” pelos direitos de “uma classe esquecida pelos governantes”, que atravessa “a maior crise laboral, desde que existe em Portugal”.

Em declarações à agência Lusa, o presidente do SMD, João Neto, observou que é a primeira manifestação da classe em Portugal e que pretende alertar para a realidade vivida no setor.

“O médico dentista é visto sempre como uma classe privilegiada e não é. Há colegas a recorrerem ao Banco Alimentar, há colegas sem-abrigo, há situações de precariedade muito grave”, alertou, denunciando que há dentistas a trabalharem 50 horas por semana e com uma remuneração mensal de 300 euros.

Neste momento, quem está a sair da faculdade nem consegue arranjar emprego, disse João Neto, elucidando que todos os anos cerca de 600 profissionais emigram “devido à crescente precariedade do setor”.

“Em 10 anos, duplicou o número de dentistas. O rácio neste momento é de 800 habitantes para cada médico dentista e prevê-se que, em 2025, seja de 650 habitantes para cada médico dentista”, o dobro do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (1.800 habitantes por cada profissional), salientou.

João Neto adiantou que vão exigir no protesto a criação da carreira especial do médico dentista, porque diz ser “grave o que está a acontecer”, com profissionais, por exemplo, a trabalharem ilegalmente há 20 anos no SNS, porque são contratados como técnicos superiores.

“É uma carreira administrativa, portanto, eles nem podem exercer uma atividade clínica, mas estão assim contratados”, notou, contando que há outros dentistas que, não estando contratados como técnicos superiores, “estão a falsos recibos verdes, porque trabalham para empresas de trabalho temporário”, disse.

Segundo o sindicalista, esta situação reflete-se em situações de urgência: “se durante a noite ou um fim de semana um português precisar de uma urgência dentária, se não tiver meios económicos não existe médico dentista na urgência, tanto a nível hospitalar como no centro de saúde”.

Alertou também para a urgência de haver uma entidade que regule e fiscalize os planos de saúde, sublinhando cerca de três milhões de portugueses já os assinaram e estão “a ser enganados”.

“Se formos ver o Portal da Queixa, há milhares e milhares de queixas de portugueses sobre os planos de saúde e ninguém os pode defender porque não há neste momento nenhuma entidade que os possa supervisionar”, lamentou.

Por outro lado, os dentistas vão trabalhar, muitas vezes, para esses planos de saúde “a pensar que é uma coisa e depois vão fazer tratamentos gratuitos e como é uma atividade muito onerosa, estão a pagar para trabalhar”.

Outra das reivindicações dos profissionais “é a redução imediata dos `numerus clausus`”, “impedir a abertura de mais um curso de medicina dentária” e reformular o cheque-dentista.

Apelam ainda à alteração da legislação da publicidade em saúde, referindo que a “publicidade enganosa é um facto que tem vindo a desacreditar os médicos dentistas”.

“Urge regulamentar o setor com tolerância zero para os prevaricadores que prejudicam a classe”, defendem.

Segundo o sindicato, “as redes sociais têm sido o terreno perfeito para ludibriar a boa-fé dos portugueses com promessas de tratamentos milagrosos sem qualquer tipo de controlo”.

João Neto contou que vários profissionais dizem que recebem muitos pacientes que foram para essas entidades e que regressaram “com situações de tratamentos irreversíveis, muito graves”.

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NACIONAL

MORTALIDADE INFANTIL REGRESSOU A NÍVEIS PRÉ-PANDEMIA – DGS

A taxa de mortalidade infantil estabilizou e regressou aos níveis pré-pandemia e, nos últimos dois anos, as mortes maternas baixaram, segundo dados preliminares da Direção-Geral da Saúde (DGS).

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A taxa de mortalidade infantil estabilizou e regressou aos níveis pré-pandemia e, nos últimos dois anos, as mortes maternas baixaram, segundo dados preliminares da Direção-Geral da Saúde (DGS).

A informação foi avançada à agência Lusa pela diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, a propósito dos relatórios que a DGS divulga esta quinta-feira sobre a mortalidade infantil e materna no período 2017-2021.

“Aquilo que nós conseguimos ver, no caso da mortalidade materna, é que nos últimos dois anos, com análises preliminares, nós conseguimos ver até alguma diminuição e, no caso da mortalidade infantil, (…) uma estabilização, mas conseguimos ver que os níveis observados vão para aqueles níveis que eram os níveis pré-pandemia”, afirmou.

No caso da mortalidade materna, segundo explicou, o relatório incorpora o trabalho desenvolvido pela comissão criada em 2020 para analisar este fenómeno e também os dados recolhidos através do Sistema de Informação de Certificados de Óbito (SICO).

Sobre o trabalho da comissão criada em 2020 para estudar a mortalidade materna, cujo trabalho nunca foi tornado público, Rita Sá Machado explicou essa opção com o facto de tal documento conter “dados muito sensíveis” que poderiam permitir identificação de pessoas.

Quanto a distância entre o período abrangido pelos relatórios divulgados esta quinta-feira pela DGS e os números mais recentes já divulgados, por exemplo, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a responsável explicou: “São dois trabalhos distintos: num estamos a falar daquilo que são indicadores simples, olhando para tendências, se os indicadores vão aumentando ou diminuindo. Uma outra coisa foi o que trabalhámos de uma forma detalhada, olhando com uma dimensão mais profunda, com recomendações específicas”.

Os dados divulgados esta quita-feira indicam que após 2015 manteve-se o aumento do numero de mortes maternas, variando entre sete e 17. O valor máximo observado no período em análise verificou-se em 2020, coincidente com a pandemia de covid-19 (17 mortes).

Admite ainda que a aplicação dos respetivos mecanismos de melhoria pode justificar o aumento do número de mortes maternas e do Rácio de Mortalidade Materna (RMM) a partir de 2014, “pelo aumento da sensibilidade e pela diminuição de fenómenos de subnotificação”.

Segundo o relatório, a maioria (51,7%) das mortes maternas no quinquénio 2017-2021 ocorreu em mulheres em menos de 35 anos, apesar do Rácio de Mortes Maternas (que reflete a capacidade do sistema de saúde prestar os cuidados eficazes na prevenção e complicações que ocorrem) é superior nas mulheres com mais de 40 anos de idade.

O documento destaca igualmente a prevalência de carga de doença identificada antes da gravidez, considerando este indicador “de grande relevância”, uma vez que abrange 63% dos casos.

O diagnóstico da obesidade foi o mais prevalente, seguido da hipertensão arterial. Em 33,3% dos casos de morte materna foi identificado um Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 25kg/m2 (excesso de peso e obesidade).

A diretora-geral de Saúde sublinha que estas alterações sociodemográficas da população e a carga de doença estão a ter efeitos nas mães e, por isso, defende um acompanhamento das diretrizes emanadas pela DGS e da “própria prestação e organização dos serviços de saúde” para acompanhamento destas mães.

Nas conclusões do relatório, a DGS refere que embora a maioria das mortes maternas ocorra em mulheres portuguesas, o rácio de mortalidade materna (RMM) nas mulheres estrangeiras é superior.

Esta situação leva a responsável da DGS a considerar necessário “um melhor conhecimento dos próprios profissionais que estão no atendimento, para que o processo de atendimento seja mais célebre a algumas destas mulheres [estrangeiras]”.

A este propósito, a DGS recomenda no relatório a elaboração e divulgação de uma circular conjunta sobre procedimentos no atendimento de grávidas de nacionalidade estrangeira.

Questionada sobre se uma possível alteração na Lei de Bases da Saúde que restrinja acesso a cidadãos estrangeiros a casos urgentes ou se o ato for pago, Rita Sá Machado recorda:”uma grávida, quer no seu acompanhamento, quer em qualquer problema que tenha durante a gravidez, é sempre olhado como questões de urgência ou emergência”.

No relatório sobre a mortalidade materna, a DGS recomenda ainda que se assegure que uma grávida não vigiada tem uma consulta num prazo de uma semana após o pedido da unidade de saúde, seja qual for o trimestre da gravidez.

A melhoria da vigilância da saúde das grávidas em condições de risco e com necessidade de vigilância acrescida, garantindo de é encaminhada dos cuidados de saúde primários para consulta específica e ser atendida no praz máximo de duas semanas, são outras das recomendações.

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HERNÂNI DIAS PEDE DEMISSÃO E LUÍS MONTENEGRO ACEITA-A

O primeiro-ministro aceitou esta terça-feira o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando “o desprendimento subjacente à decisão pessoal” do governante.

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O primeiro-ministro aceitou esta terça-feira o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando “o desprendimento subjacente à decisão pessoal” do governante.

Numa nota do gabinete de Luís Montenegro publicada no portal do Governo lê-se que “o primeiro-ministro aceitou o pedido de demissão esta terça-feira apresentado pelo secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Dr. Hernâni Dias”.

“Nesta ocasião, o primeiro-ministro expressa reconhecimento ao Dr. Hernâni Dias pelo empenho na concretização do Programa do Governo em áreas de particular importância e sublinha o desprendimento subjacente à decisão pessoal tomada. O secretário de Estado cessante será oportunamente substituído no cargo”, acrescenta.

Esta é a primeira demissão no XXIV Governo Constitucional PSD/CDS-PP que tomou posse a 02 de abril do ano passado.

Na sexta-feira, a RTP noticiou que Hernâni Dias criou duas empresas que podem vir a beneficiar com a nova lei dos solos, sendo que é secretário de Estado do ministério que tutela essas alterações.

Uma semana antes, o mesmo canal de televisão avançou que Hernâni Dias estava a ser investigado pela Procuradoria Europeia e era suspeito de ter recebido contrapartidas quando foi autarca de Bragança.

Na terça-feira da semana passada, num comunicado enviado à agência Lusa, Hernâni Dias recusou ter cometido qualquer ilegalidade, afirmando que está “de consciência absolutamente tranquila” e que agiu “com total transparência”.

O secretário de Estado garante ter pedido ao Ministério Público (MP) “que investigasse a empreitada da Zona Industrial em Bragança e ao LNEC [Laboratório Nacional de Engenharia Civil] que fizesse uma auditoria”, assegurando, relativamente ao apartamento ocupado pelo filho no Porto, que “o valor das rendas foi pago por transferência.

O Chega e o BE já pediram a demissão do governante e vários já requereram a sua audição parlamentar.

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