INTERNACIONAL
EUA: NORTE-AMERICANOS ACORDAM SEM SABER QUEM SERÁ O PRÓXIMO PRESIDENTE
Os norte-americanos estão hoje a acordar sem conhecer um vencedor nas eleições presidenciais, quando estados considerados cruciais para um desfecho ainda não terminaram a contagem de votos.
Os norte-americanos estão hoje a acordar sem conhecer um vencedor nas eleições presidenciais, quando estados considerados cruciais para um desfecho ainda não terminaram a contagem de votos.
Com dezenas de milhões de voto por correspondência, por causa da pandemia de covid-19, a contagem de votos em vários estados vai prolongar-se ainda durante várias horas e, noutros, durante alguns dias, adiando a proclamação de um vencedor das eleições presidenciais que opõem o republicano Donald Trump ao democrata Joe Biden.
O Presidente Trump já ameaçou recorrer ao Supremo Tribunal, para impedir que sejam considerados votos que tenham chegado depois do encerramento das urnas, o que poderia afetar a contagem em estados decisivos como a Pensilvânia, onde os tribunais permitiram que sejam admitidos votos até sexta-feira.
A candidatura do democrata Joe Biden já respondeu que está preparada para lutar em tribunal contra as pretensões de Trump, aconselhando os norte-americanos a “ter paciência” para aguardar por toda a contagem de votos.
Estados como a Florida já tinham começado a contagem de votos antecipados, pelo que durante a madrugada de hoje foi possível declarar Trump como vencedor nesse importante círculo.
No entanto estão ainda em aberto os cenários de vitória final para qualquer um dos candidatos.
A abundância de votos por correspondência também pode levar a problemas jurídicos que podem ser arrastados para os tribunais, apesar de o atraso na contagem não ser uma situação inédita, tendo ocorrido em numerosas eleições anteriores.
“Nós já sabíamos que iria haver muitos votos por correspondência, pelo que é natural que a contagem demore um pouco mais”, avisou Joe Biden na terça-feira, antecipando as críticas do adversário republicano.
Trump passou as últimas semanas a levantar a suspeição sobre a transparência das eleições perante um elevado número de votos por correspondência, falando mesmo na hipótese de “fraude eleitoral”, uma expressão que repetiu esta madrugada para acusar os democratas de estarem a tentar “roubar as eleições”.
“Se o Presidente cumprir a sua ameaça de ir aos tribunais para impedir a contagem de votos, temos equipas de juristas prontas para resistir”, respondeu a diretora de campanha democrata, Jen O’Malley Dillon.
Os republicanos estão também preocupados com o facto de Joe Biden ter vencido no Arizona, um estado tradicionalmente conservador e que Trump tinha vencido com facilidade nas eleições de 2016.
Para manter as ambições de reeleição, o Presidente conseguiu importantes vitórias na Florida e no Texas, afastando a possibilidade de os democratas começarem cedo a ter uma vantagem decisiva.
Os analistas dizem que os resultados finais apenas ficarão esclarecidos quando forem conhecidas as contagens em três importantes estados do norte: Pensilvânia, Michigan e Wisconsin.
Os três demorarão a concluir as contagens por causa de regras estaduais que obrigaram a aguardar pelo fecho das urnas para fazer a contabilização de todos os votos.
INTERNACIONAL
BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.
A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).
“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.
“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.
Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.
Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.
A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.
Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.
Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.
Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.
Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.
Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.
A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.
“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.
“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
INTERNACIONAL
PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.
Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.
“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.
Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.
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