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CONSENSO NO PARLAMENTO PARA ALARGAR PRAZOS PARA REGULARIZAR BAIRROS ILEGAIS E REVER LEI

O plenário da Assembleia da República foi hoje consensual em reconhecer a necessidade de alargar os prazos, que terminaram em junho, para o licenciamento de bairros ilegais, conhecidos como áreas urbanas de génese ilegal (AUGI).

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O plenário da Assembleia da República foi hoje consensual em reconhecer a necessidade de alargar os prazos, que terminaram em junho, para o licenciamento de bairros ilegais, conhecidos como áreas urbanas de génese ilegal (AUGI).

Durante o debate de propostas do BE, PCP, PSD e PAN nesse sentido, todos os deputados que participaram na discussão sublinharam que o processo para licenciar estes bairros está por concluir e lembraram, vários deles, o único relatório nacional de diagnóstico desta situação que foi feito até agora, pelo Governo, de janeiro de 2020, que identificou 453 AUGI ainda em processo de reconversão.

Os partidos sublinharam que o relatório identificou apenas uma parte do universo em causa, uma vez que só 14 dos 278 municípios do continente forneceram informação sobre estes bairros, construídos sem licenciamento, muitos deles ainda antes de 1965, ano da primeira legislação de loteamento de terrenos urbanos.

Além de consenso no alargamento dos prazos da lei em vigor, que foi publicada há 26 anos e pretendia ser uma legislação extraordinária e temporária para regularizar as AUGI, os partidos que participaram no debate (BE, PCP, PSD, PAN, PS e CDS-PP) mostraram-se também de acordo em fazer uma revisão mais profunda da legislação.

Os partidos reconheceram que está provado que os termos da legislação em vigor não consegue responder à diversidade das situações que subsistem, mesmo que tenha resolvido e desbloqueado muitos processos nestas mais de duas décadas.

“Não estamos perante um mero atraso. Esta extensão do prazo é apenas um paliativo político, mas é preciso uma visão muito mais abrangente e sistémica”, disse a deputada Filipa Roseta, do PSD, que considerou que quem continua a tentar hoje licenciar as suas casas ao abrigo da lei das AUGI vive um “pesadelo burocrático” há mais de vinte anos.

“Não podemos ficar só pela prorrogação dos prazos, temos mesmo a oportunidade de melhorar a legislação”, considerou também o deputado do PS André Pinotes Batista, que saudou o trabalho das autarquias em relação às AUGI, incluindo o “grande investimento”, em diversos casos, na criação de infraestruturas que permitiram o licenciamento de bairros ilegais.

Governo e Assembleia da República “têm de fazer também o seu papel”, “sendo parceiros” e “modernizando a legislação”, afirmou o deputado do PS que, como os restantes participantes no debate, mostrou a disponibilidade do partido para fazer isso em sede de comissão parlamentar.

O socialista lembrou a “heterogeneidade que estas situações envolvem”, não estando apenas em causa “pessoas em situação de carência”.

Antes, o deputado do PAN Nelson Silva tinha referido a Quinta do Ferro, um bairro degradado de Lisboa, na zona da Graça, considerando que “a manutenção das AUGI” não respeita os princípios do direito à habitação estabelecidos na Constituição e na Lei de Bases da Habitação.

Pelo PCP, a deputada Paula Santos disse que o partido tem “disponibilidade” para, na comissão parlamentar, encontrar “as soluções que permitam eliminar constrangimentos” e agilizar processos.

Paula Santos insistiu, porém, que, apesar da reconversão total destes bairros se estar a revelar “morosa” e “complexa”, a lei continua a ter “instrumentos” úteis, pelo que deve permanecer em vigor, sendo o mais urgente alargar as datas.

A deputada do BE Maria Manuel Rola afirmou que “a proposta de prorrogação de prazos é precisamente para a manutenção de uma lei” e a continuidade de processos em curso enquanto se ganha “o tempo necessário” para um trabalho mais complexo.

“Cabe-nos agora, e parece-me que de forma definitiva, garantir uma lei que ultrapasse problemas identificados no passado, não insistindo com os erros dessas alterações que foram sendo feitas”, afirmou.

Para o CDS-PP, o prazo que estava na lei “deve ser prorrogado”, mas o partido alertou, através do deputado Pedro Morais Soares, que estar “sucessivamente a prorrogar o prazo sem encontrar ou procurar perceber por que motivo é que ele não é cumprido não serve de nada”.

“Temos é que ir de facto as situações reais e concretas”, afirmou.

BE, PCP, PSD e PAN apresentaram projetos de lei em que pedem pelo menos mais três anos para a reconversão das AUGI, depois de o prazo na lei atual ter terminado em 30 de junho.

As propostas têm datas que variam entre 25 de abril de 2024 e 31 de dezembro de 2026.

Além disso, PAN e PSD incluíram propostas para que o Governo faça um relatório anual sobre os processos das AUGI e que o documento seja apresentado aos deputados, estabelecendo também a obrigatoriedade ou o dever de os municípios fazerem levantamentos daqueles bairros e de comunicarem essa informação ao Executivo.

O PAN propõe também “um plano de formação” para autarcas e funcionários públicos e a criação de “um gabinete de apoio aos processos”, por parte do Governo, para “esclarecimento de dúvidas”.

O PSD sugere ainda que se permita, no caso das AUGI, a figura de “unidades de execução” e não apenas a do “plano de pormenor”.

A lei em vigor, lembra o PSD, permite que as câmaras optem pela reconversão através da elaboração de plano de pormenor, sendo “reconhecida a morosidade e a complexidade” que está associada à sua elaboração e aprovação.

O PSD sugere por isso que se integrem nesta legislação as “unidades de execução” que existem no Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial, que as define como “uma unidade operativa de planeamento e gestão, sendo uma área abrangida por plano de urbanização ou por plano de pormenor ou por uma parte desta”.

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NACIONAL

RAMALHO EANES AFIRMA QUE PCP QUERIA ESTABELECER UM REGIME TOTALITÁRIO

O antigo Presidente da República António Ramalho Eanes afirmou hoje que durante o Período Revolucionário em Curso (PREC) o PCP se preparava para estabelecer um regime totalitário em Portugal e considerou que a descolonização foi trágica.

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O antigo Presidente da República António Ramalho Eanes afirmou hoje que durante o Período Revolucionário em Curso (PREC) o PCP se preparava para estabelecer um regime totalitário em Portugal e considerou que a descolonização foi trágica.

Ramalho Eanes falava perante o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, durante uma aula-debate sobre o 25 de Abril com alunos de escolas secundárias e universidades, no antigo picadeiro real, junto ao Palácio de Belém, em Lisboa.

A propósito dos antecedentes do 25 de Novembro de 1975, o general e primeiro Presidente eleito em democracia começou por referir que não queria “tecer considerações nenhumas sobre o PCP” e que teve “ótimas relações com Álvaro Cunhal”, um homem que “muito estimava” e “muito considerava”.

“Mas naquela altura o PCP, talvez acossado pela extrema-esquerda, preparava-se efetivamente para estabelecer em Portugal um regime totalitário”, afirmou, acrescentando: “Não tenho dúvidas”.

Citando Melo Antunes, Eanes sustentou que na altura era necessário “reinstitucionalizar o aparelho militar” para que se opusesse “a qualquer tentativa armada de conquista do poder”.

“Por razões diversas, e como as coisas se agudizavam, surgiu o Documento dos Nove, que o Conselho da Revolução todo praticamente subscreveu e que foi subscrito por milhares de oficiais. Isso demonstrou que a instituição militar estava muito mal, estava desinstitucionalizada, tinha de uma maneira geral perdido a sua fidelidade ao povo e à democracia e tinha criado fidelidades perversas em relação às filiações partidárias”, prosseguiu.

Em concreto sobre os acontecimentos de 25 de Novembro, Eanes disse que houve “uma ofensiva militar”, no seu entender “organizada levianamente pela extrema-esquerda, mas em que o PCP não podia ter deixado de intervir”, perante a qual ele e outros militares foram obrigados a agir.

“Tivemos essa ação, enfim, e repito que podia ter levado a uma guerra civil e que foi indispensável o 25 de Novembro. Repito: foi indispensável, para que as promessas de honra dos militares à população fossem realizadas”, defendeu.

Segundo Eanes, o desfecho do 25 de Novembro deveu-se aos “militares que se tinham mantido fieis à promessa de honra que tinham feito à população, que era devolver-lhes a liberdade, mas a liberdade sem condicionamentos” e que “resolveram, perante uma insurreição armada responder — bom, e a uma insurreição armada, naturalmente, só se responde com armas”.

“O 25 de Abril foi único, foi fundador. É ele que concede a liberdade aos portugueses. É ele que devemos festejar, comemorar e sobretudo refletir. Mas não devemos esquecer a perturbação natural que se seguiu, em que houve um combate de ideologias, de modelos de sociedade, em que houve um PREC que criou uma situação insustentável, uma situação de medo e uma situação que nos levou perto de uma guerra civil”, declarou.

Nesta aula-debate, Eanes relatou que estava em Angola e recebeu a notícia do 25 de Abril sem surpresa, porque “tinha participado nas diferentes reuniões que se tinham realizado para organizar uma resposta ao regime”, com “grande alegria” e “grande esperança”, porque “os portugueses iam ter a liberdade” e “finalmente, acabar-se-ia a guerra” colonial.

“Mas não tive dúvidas nenhumas de que a descolonização iria ser trágica, como foi. Aliás, eu digo isto com à vontade, com grande à vontade. Eu sei que muita gente vai contar que acha que a descolonização foi uma coisa maravilhosa. Não foi”, considerou.

Na sua opinião, foi trágica porque “deixou aqueles países, Angola e Moçambique, numa situação de guerra que durou anos e que destruiu tudo” e porque “fez regressar ao continente muitos angolanos”.

“Eles tinham nascido em Angola, eles eram angolanos, não conheciam outra pátria que não fosse aquela, não tinham outra terra que não fosse aquela, terra em que tinham os seus mortos, em que tinham tido nascido os seus filhos, e de repente são obrigados, perdendo tudo, a regressar a uma terra que tinha sido a dos seus antepassados, mas que eles não conheciam, que eles não amavam. São os retornados”, acrescentou.

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NACIONAL

25 DE ABRIL: SALÁRIO MÍNIMO, FÉRIAS E DIREITO À GREVE SÃO CONQUISTAS DE ABRIL

A implementação do salário mínimo nacional, o direito a férias, à atividade sindical e à greve foram algumas das conquistas da revolução de 1974 no mundo do trabalho, que passou a ser exercido com mais direitos.

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A implementação do salário mínimo nacional, o direito a férias, à atividade sindical e à greve foram algumas das conquistas da revolução de 1974 no mundo do trabalho, que passou a ser exercido com mais direitos.

O salário mínimo nacional, que hoje é de 820 euros, foi implementado pela primeira vez há cinquenta anos e o seu valor real nessa altura era de 629 euros, se descontada a inflação acumulada e considerando o índice de preços ao consumidor, segundo um retrato da Pordata, divulgado no âmbito do 50.º aniversário do 25 de Abril de 1974.

O documento elaborado pela base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, assinala que, a partir da revolução, o trabalho passou a ser exercido com mais direitos, após anos de desinvestimento na educação durante a ditadura, com os reduzidos anos de escolaridade obrigatória, e a pobreza que levavam muitas crianças a trabalhar desde cedo.

De acordo com os Censos de 1960, eram mais de 168 mil as crianças a trabalhar e, nos Censos de 1970, registaram-se cerca de 91 mil crianças, entre os 10 e os 14 anos, indica a Pordata.

A entrada da mulher no mercado de trabalho foi outra das grandes transformações que ocorreram com a revolução. Segundo a Pordata, em 1970, apenas 25% das mulheres com 15 ou mais anos trabalhavam e, em 2021, esse valor atingiu os 46%.

O documento destaca ainda “a profunda alteração na distribuição dos trabalhadores pelos grandes setores económicos”.

Em 50 anos, o peso da mão-de-obra na agricultura e pescas (setor primário) diminuiu consideravelmente, assim como na indústria (setor secundário) e, em contrapartida, cresceu o emprego nos serviços e o trabalho terciarizou-se.

No ano da revolução, 35% da população empregada trabalhava no setor primário, 34% no setor secundário e 31% no terciário, valores que em 2023 passaram a ser de 3%, 25% e 72%, respetivamente.

Os dados mostram ainda que só nas décadas de 1970 e 1980 se concretizou “um efetivo sistema de Segurança Social, no sentido do alargamento da proteção social ao conjunto da população e à melhoria da cobertura das prestações sociais”.

Entre 1974 e 2022, de acordo com a Pordata, as pensões de velhice atribuídas pela Segurança Social aumentaram de 441 mil para cerca de 2 milhões.

“Também se registaram importantes avanços na criação de medidas de proteção à infância e à família, ou às situações de maior vulnerabilidade, como o desemprego ou a pobreza”, indica o documento.

Exemplos destas medidas são o Complemento Social para Idosos (CSI) ou o Rendimento Social de Inserção (RSI).

A importância da proteção social é visível pelo aumento das despesas das prestações sociais da Segurança Social, que mais do que duplicaram, de 5% para 12% do Produto Interno Bruto (PIB), entre 1977 e 2022.

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