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ERC ESCLARECE “FUNDOS PODEM SER DONOS DE ORGÃOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL”

A presidente da ERC registou hoje que o regulador atuou dentro dos seus meios na análise da dona dos jornais Nascer do Sol e Inevitável, apontando que a lei permite que fundos de investimento detenham órgãos de comunicação social.

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A presidente da ERC registou hoje que o regulador atuou dentro dos seus meios na análise da dona dos jornais Nascer do Sol e Inevitável, apontando que a lei permite que fundos de investimento detenham órgãos de comunicação social.

“A ERC está vinculada ao princípio da legalidade, só faz o que a lei permite, o que a lei habilita, e a lei permite que fundos de investimento sejam proprietários de órgãos de comunicação social”, afirmou Helena Sousa na Comissão De Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto.

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) foi chamada ao parlamento a pedido do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda sobre a aquisição dos jornais Sol e I e sobre as alegadas ligações a fundos associados ao Governo da Hungria e ao partido do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.

Numa exposição em que abordou o processo desde a compra das publicações, Helena Sousa registou que por se tratar “de uma operação que envolveu a imprensa, dois jornais sem liderança no mercado, a ERC não teve oportunidade de proceder a uma avaliação preliminar por via de um pedido de parecer por parte da Autoridade da Concorrência [AdC], o que pode acontecer noutras circunstâncias”.

Segundo a presidente, quando a Alpac Capital anunciou a compra da Newsplex, em 2022, atualizou a informação sobre a estrutura acionista junto da ERC, “em cumprimento de regime jurídico da transparência”.

“Após a análise dos elementos comunicados, não se identificaram, à época, indícios que justificassem diligências adicionais”, explicou a presidente do Conselho Regulador da ERC.

No entanto, com a divulgação de uma investigação jornalística pelo semanário Expresso, em colaboração com órgãos de comunicação social de França e Hungria, que abordou “eventuais investimentos indiretos do Estado húngaro na compra da Euronews”, a ERC “entendeu, então, começar por verificar se a Newsplex cumpria cabalmente a lei da transparência”.

Após verificar os elementos transmitidos pela Newsplex, a ERC concluiu que esta “cumpria apenas parcialmente a lei da transparência e respetiva regulamentação”, uma condição que levou a vários pedidos de atualização de documentação.

No processo de cumprimento da lei da transparência, a ERC detetou, em 2022, “um fluxo de capital” sob a forma de “entrada de dinheiro a título de suprimentos pela Sunny Meridian [que detinha, então, 91% da Newsplex], que se converteu em aumento de capital em 2023”.

Para a ERC, este movimento “deveria ser investigado com mais detalhe, por poder constituir um poder influência” e, em última instância, na perspetiva da defesa da independência editorial.

Helena Sousa apontou que, por agora, está “praticamente tudo sanado” em termos de transparência e de formalidades.

A exceção, segundo a presidente da ERC, prende-se com “uma questão que tem a ver com o fluxo financeiro que ocorreu precisamente na fase em que a Euronews foi comprada”. “Esse [fluxo] sim, suscitou-nos dúvidas e vontade de aprofundar”, registou.

Na sua audição, Helena Sousa voltou a insistir que a ERC não tem os meios humanos e os instrumentos legais para atuar do melhor modo em diversas situações.

“A ERC precisa de outras condições, precisa de rever os seus estatutos”, reforçou, destacando que os deputados “têm um papel a desempenhar”.

“É necessário rever a legislação. Já na outra reunião, no outro encontro que tivemos aqui, em dezembro, falei e falamos todos da importância de rever a legislação”, recordou.

Além dos estatutos do regulador, Helena Sousa sugeriu que é necessária uma revisão da lei da transparência.

“Para nós, a lei da transparência é uma lei útil, mas que precisa de ser revista, e nós sabemos que precisa de ser revista porque a temos procurado implementar”, disse, acrescentando que está a preparar um documento que espera “que seja utilizado como uma base de trabalho” para os deputados.

A notícia divulgada pelo Expresso em abril dava conta que o empresário português Pedro Vargas David – filho do antigo eurodeputado do PSD Mário David, conselheiro político do primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán — que detém os jornais Nascer do Sol e i Inevitável -, “recebeu 45 milhões do Estado húngaro” para comprar a cadeia europeia de televisão Euronews, da qual é atualmente presidente do Conselho de Administração.

Sobre esse assunto, Helena Sousa disse que a ERC “não tem nenhuma condição para investigar o Estado húngaro” ou Viktor Orbán.

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ASAE ENCERRA DOIS ESTABELECIMENTOS E INSTAURA 18 CONTRAORDENAÇÕES

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) suspendeu dois estabelecimentos comerciais e instaurou 18 processos de contraordenação por falta de equipamentos para deposição de resíduos de tabaco, avançou esta segunda-feira a ASAE.

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A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) suspendeu dois estabelecimentos comerciais e instaurou 18 processos de contraordenação por falta de equipamentos para deposição de resíduos de tabaco, avançou esta segunda-feira a ASAE.

No âmbito da ação, foram fiscalizados 121 operadores económicos, abrangendo o setor da restauração, edifícios destinados a ocupação não habitacional e instituições de ensino superior.

De acordo com a autoridade, as principais infrações identificadas foram a falta de disponibilização de cinzeiros e equipamentos adequados para a deposição de resíduos indiferenciados e seletivos, bem como o incumprimento dos requisitos gerais de higiene.

No decorrer desta ação, foi suspenso um estabelecimento de restauração no concelho de Lisboa, pela violação dos deveres da entidade exploradora, e um talho no concelho de Ílhavo, pelo incumprimento das normas gerais de higiene.

Foi também apreendido um instrumento de pesagem por não estar em conformidade com os valores de controlo metrológico.

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NACIONAL

RELATÓRIO DE SEGURANÇA INTERNA DE 2024 SEM DADOS DE NACIONALIDADE E GÉNERO

O Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2024 está a ser elaborado e não vai incluir dados sobre criminosos e vítimas por nacionalidade, idade ou género, indicou o Sistema de Segurança Interna, avançando que uma eventual alteração será efetuada no próximo ano.

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O Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2024 está a ser elaborado e não vai incluir dados sobre criminosos e vítimas por nacionalidade, idade ou género, indicou o Sistema de Segurança Interna, avançando que uma eventual alteração será efetuada no próximo ano.

“O Relatório Anual de Segurança Interna 2024, encontra-se em fase de execução, não se prevendo alterações relativamente ao modelo e conteúdo. Deste modo, os dados respeitantes a crimes praticados por estrangeiros, vão continuar a poder ser consultados no capítulo relativo à Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais”, refere o Sistema de Segurança Interna, numa resposta enviada à Lusa.

A 15 de janeiro, num debate quinzenal na Assembleia da República, o primeiro-ministro manifestou abertura a uma proposta do presidente da Iniciativa Liberal para que o Relatório Anual de Segurança Interna inclua no futuro dados sobre criminosos e vítimas por nacionalidade, idade ou género.

Na resolução entregue no parlamento, a IL defende que o RASI passe a divulgar a nacionalidade e o género dos criminosos e das vítimas, argumentando que esses dados contribuiriam para combater a desinformação.

O Sistema de Segurança Interna acrescenta ainda que “qualquer eventual alteração que este relatório possa vir a sofrer, apenas deverá ter lugar no próximo ano”.

O RASI, que reúne as estatísticas da criminalidade das forças e serviços de segurança, é da responsabilidade do Sistema de Segurança Interna e é entregue anualmente na Assembleia da República até 31 de março.

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