CIÊNCIA & TECNOLOGIA
ESTUDO: CALOR EXTREMO VAI PROVOCAR MAIS MORTES NO FUTURO E FRIO EXTREMO MENOS
Um estudo de uma investigadora da Universidade de Coimbra (UC), que utiliza uma metodologia inédita em Portugal, prevê que o calor extremo provoque mais mortes no futuro e o que frio extremo reduza a mortalidade.

Um estudo de uma investigadora da Universidade de Coimbra (UC), que utiliza uma metodologia inédita em Portugal, prevê que o calor extremo provoque mais mortes no futuro e o que frio extremo reduza a mortalidade.
A investigação, divulgada esta terça-feira, avalia o impacto das alterações climáticas na mortalidade da população das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, tendo utilizado “modelos avançados para quantificar os efeitos da temperatura na mortalidade”, a curto (anos de 2051 a 2065) e a longo prazo (2085-2099), quando comparados com o período histórico de 1991 a 2005.
Integra também estudos “que incorporam cenários demográficos prospetivos em projeções de mortalidade associada à temperatura em condições atuais e futuras (2046-2065), tendo em conta a mortalidade relacionada com o frio e o calor”, revelou a UC, em nota de imprensa.
Em declarações à agência Lusa, Mónica Rodrigues, investigadora no Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT) da Universidade de Coimbra, explicou que os resultados da investigação evidenciam que, em períodos futuros, “prevê-se um aumento da temperatura, quer no verão, quer no inverno, com maior frequência de ondas de calor, tendo influência na mortalidade”.
“Verificamos que o calor extremo é aquele que apresenta valores mais significativos. Há um excesso de mortalidade associada a temperaturas extremas, no caso dos meses de verão“, adiantou a especialista, frisando que, à semelhança das temperaturas baixas, “as pessoas com mais de 65 anos constituem também aqui o grupo etário mais vulnerável ao calor”.
Já no período de inverno e sendo Portugal dos países europeus “que apresenta maior taxa de mortalidade”, mesmo tendo temperaturas amenas, a mortalidade, no futuro, “será mais acentuada com temperaturas temperadas e não será tão acentuada com temperaturas extremas”.
“As alterações climáticas reduzem a mortalidade nas temperaturas extremas de frio. No futuro, há uma redução da mortalidade relacionada com o frio extremo”, enfatizou Mónica Rodrigues.
A investigadora acrescentou que a metodologia utilizada, “inédita” em Portugal, observa “a fração [da temperatura] atribuível à mortalidade”, analisando igualmente temperaturas extremas de frio e calor e a variação dos diversos percentis da amostra.
“Nunca foi feito em Portugal, em termos de fração atribuível, e é aí que se diferencia”, frisou a especialista, que integra grupos de trabalho na Organização Mundial da Saúde e Agência Europeia do Ambiente, entre outras instituições, e faz parte do grupo de peritos e de revisores especialistas do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, na sigla em inglês).
Os estudos integram a sua tese de doutoramento, intitulada “Impacto das alterações climáticas nas doenças crónicas em Portugal” e incidiram, nesta primeira fase, nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, “precisamente por serem as áreas mais populosas do nosso país“, esclareceu.
“Mais população, maior exposição, maior risco”, notou Mónica Rodrigues, que, no futuro, pretende alargar a investigação “a populações de outras zonas do país”.
Defendeu que projeções climáticas e demográficas que constam da sua investigação — publicada em várias revistas científicas mundiais e também no relatório do IPCC — podem constituir “uma ferramenta valiosa, na projeção de eventos futuros, tendo em conta a população e a saúde”.
“Podem servir a uma abordagem preventiva, por exemplo no planeamento de estratégias de intervenção a nível local. Estas projeções podem permitir decisões prévias aos decisores, levar à minimização de riscos. Projetando à distância, podemos planear doutra forma“, enfatizou Mónica Rodrigues.

CIÊNCIA & TECNOLOGIA
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL DA GOOGLE VAI “CONECTAR-SE” AO EMAIL E AO MAPS
A Google divulgou hoje que o Bard, o seu ‘chatbot’ generativo de Inteligência Artificial (IA), pode conectar-se a partir de agora com outros serviços da empresa, como a caixa de correio eletrónico, o YouTube ou o Maps.

A Google divulgou hoje que o Bard, o seu ‘chatbot’ generativo de Inteligência Artificial (IA), pode conectar-se a partir de agora com outros serviços da empresa, como a caixa de correio eletrónico, o YouTube ou o Maps.
“Se estiver a planear uma viagem ao Grand Canyon [nos Estados Unidos], pode pedir ao Bard para pesquisar as datas que funcionam para todos no Gmail, pesquisar voos e hotéis, verificar a viagem ao aeroporto no Google Maps e até assistir a vídeos do YouTube sobre atividades para fazer lá, tudo na mesma conversa”, destacou a gigante tecnológica em comunicado.
O grupo norte-americano tem vindo a desenvolver sistemas de IA de ponta há anos, mas foi apanhado de surpresa pelo sucesso do ChatGPT, da OpenAI, no final de 2022, e pelo lançamento em fevereiro do novo Bing da Microsoft, o seu mecanismo de busca com capacidades generativas de IA.
Ao mesmo tempo, a Google lançou o Bard, um ‘chatbot’ capaz de produzir todo tipo de texto, como editoriais, artigos científicos ou diálogos, como o ChatGPT.
A nova ferramenta apresentada hoje, chamada ‘Bard Extensions’, também pode extrair dados do Google Docs (documentos) e do Google Drive (armazenamento), incluindo ficheiros em formato PDF, informou a empresa.
Um novo botão, o ‘Google it’, permite comparar os resultados do Bard com os resultados de uma pesquisa no Google sobre o mesmo assunto, relatando quaisquer discrepâncias.
Grandes empresas tecnológicas, lideradas pela Microsoft e pela Google, estão a implementar rapidamente funcionalidades de IA generativa nos seus ‘softwares’, para os transformar numa espécie de assistente pessoal.
Ao mesmo tempo, têm de superar as objeções dos reguladores, especialmente os europeus, porque esta última geração de IA é ainda mais preocupante do que as anteriores em termos de confidencialidade dos dados, riscos de utilização para fins nocivos, como fraude ou desinformação, ou perda de empregos.
As novas extensões do Bard apenas poderão aceder a dados pessoais com a permissão do utilizador, segundo a empresa.
Qualquer extração de conteúdo pessoal do Docs, Drive ou Gmail, não será utilizada para direcionar anúncios, treinar o Bard ou ser vista pelos funcionários da empresa.
CIÊNCIA & TECNOLOGIA
CIENTISTAS ALERTAM QUE O DEGELO NA ANTÁRTIDA ESTÁ A ACELERAR PERIGOSAMENTE
A camada de gelo a Antártida está muito abaixo de qualquer nível de Inverno antes registado, segundo dados de satélite, contrariando a perceção de que a região resiste ao aquecimento global, noticia hoje a BBC.

A camada de gelo a Antártida está muito abaixo de qualquer nível de Inverno antes registado, segundo dados de satélite, contrariando a perceção de que a região resiste ao aquecimento global, noticia hoje a BBC.
“Está tão longe de tudo o que vimos que é quase alucinante”, disse à cadeia de informação britânica Walter Meier, especialista que monitoriza o gelo marinho no Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo.
Em consonância com esta observação, especialistas polares alertam que uma Antártida instável pode ter consequências de longo prazo.
A enorme extensão de gelo da Antártida regula a temperatura do planeta, uma vez que a superfície branca reflete a energia do Sol de volta para a atmosfera e também arrefece a água abaixo e perto dela, explicam os cientistas citados pela BBC.
Sem o seu gelo a arrefecer o planeta, a Antártida poderia transformar-se de frigorífico da Terra num radiador, dizem os especialistas.
O gelo que flutua na superfície do Oceano Antártico mede agora menos de 17 milhões de quilómetros quadrados – ou seja, 1,5 milhões de quilómetros quadrados de gelo marinho a menos do que a média de setembro passado e bem abaixo dos mínimos recorde do Inverno anterior.
Essa diminuição corresponde a uma área sem gelo com cerca de cinco vezes o tamanho das Ilhas Britânicas, exemplificam especialistas, alguns dos quais não estão otimistas quanto à recuperação significativa do gelo marinho.
Os cientistas ainda estão a tentar identificar todos os fatores que levaram à redução do gelo marinho este ano, mas estudar as tendências na Antártida tem sido historicamente um desafio.
Num ano em que vários recordes globais de calor e temperatura dos oceanos foram quebrados, alguns cientistas insistem que o baixo nível de gelo marinho é a medida a que os decisores políticos e a população devem prestar atenção.
“Podemos ver o quão mais vulnerável (a Península da Antártida) é”, disse à BBC Robbie Mallet, da Universidade de Manitoba, que faz investigação na região.
Já enfrentando o isolamento, o frio extremo e os ventos fortes, o fino gelo marinho deste ano tornou o trabalho da sua equipa ainda mais difícil, explicou. “Existe o risco de ele se partir e ir para o mar connosco”, alertou.
O gelo marinho forma-se no Inverno do continente (março a outubro), antes de derreter em grande parte no Verão, e faz parte de um sistema interligado que também consiste em icebergs, gelo terrestre e enormes plataformas de gelo.
O gelo marinho atua como uma capa protetora para o gelo que cobre a terra e evita o aquecimento do oceano, referem os técnicos.
Caroline Holmes, do British Antarctic Survey, explicou à BBC que os impactos da diminuição do gelo marinho podem tornar-se evidentes à medida que a estação transita para o Verão – quando há potencial para um ciclo de “feedback imparável de derretimento do gelo”.
À medida que mais gelo marinho desaparece, expõem-se áreas escuras do oceano, que absorvem a luz solar em vez de a refletir, o que significa que a energia térmica é adicionada à água, o que, por sua vez, derrete mais gelo.
Este fenómeno poderá acrescentar muito mais calor ao planeta, perturbando o papel habitual da Antártida como reguladora das temperaturas globais, constatam.
Os dados mais recentes apontam que desde a década de 1990, a perda de gelo terrestre da Antártida contribuiu com 7,2 mm para a subida do nível do mar.
Os cientistas afirmam que mesmo aumentos modestos no nível do mar podem resultar em tempestades perigosamente elevadas que podem destruir as comunidades costeiras, com impactos potencialmente catastróficos para milhões de pessoas em todo o mundo.
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