NACIONAL
GOUVEIA E MELO: OS JOVENS “ACREDITAM NO DESAFIO E SUPERAÇÃO”
O chefe da Marinha, almirante Gouveia e Melo, defendeu hoje que o desafio e possibilidade de superação são fatores para reter jovens nas Forças Armadas que se sobrepõem diversas vezes a um “bom salário com um trabalho rotineiro”.

O chefe da Marinha, almirante Gouveia e Melo, defendeu hoje que o desafio e possibilidade de superação são fatores para reter jovens nas Forças Armadas que se sobrepõem diversas vezes a um “bom salário com um trabalho rotineiro”.
O chefe do Estado-Maior da Armada falava na conferência do Diário de Notícias (DN) “Novo Regime Jurídico da Cibersegurança em Portugal”, organizada pelo jornal, a Ordem dos Economistas e a SEDES – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, que decorreu na Fundação Oriente, em Lisboa, numa mesa redonda sobre retenção de talento.
Gouveia e Melo defendeu que os jovens talentos se “inclinam mais para um desafio muito aliciante”, embora com salários inferiores, em vez de um “bom salário com um trabalho rotineiro” porque “faz parte da juventude a superação e a tentativa de superação”, indicando que esse é um “dilema que (as Forças Armadas) tentam colocar aos jovens”.
“Vais ganhar menos dinheiro aqui nas Forças Armadas, mas o que vais fazer é de tal forma diferenciador e único que, passados cinco ou seis anos, traz uma mais-valia agregada, muito superior ao que terias. E dessa forma conseguimos minimamente ser competitivos”, explicou.
O almirante lamentou ainda que em Portugal, apesar das “fábricas de talento” criadas para mitigar a dificuldade de reter profissionais, há um “nível de experiência média baixo” devido à “grande rotatividade de pessoal”.
Para dar resposta ao que disse serem as dificuldades do Estado de competir com as empresas privadas a nível salarial, as Forças Armadas procuram também “massificar de tal forma o conhecimento que têm” de forma a “terem de tirar todos da organização para conseguirem fazer um dano muito grande”.
Apesar da insistência dos jornalistas no local à entrada e à saída do evento, Gouveia e Melo, um dos nomes mais apontados para se apresentar nas próximas eleições presidenciais, recusou-se a comentar essa possibilidade e a responder a qualquer pergunta por estar ainda em funções.
Entre os membros do painel estava Nuno Batista, da TAP, que sublinhou a aposta em programas de estágios para reter jovens na área da cibersegurança, mesmo correndo o risco de os “perder para mercados mais competitivos” posteriormente.
Marco Galinha, CEO da Bel, reiterou a ideia de Gouveia e Melo de que, para competir com grandes empresas de outros países, as chefias devem “explicar a missão” da empresa aos funcionários e garantir um sentimento de pertença e envolvimento dos trabalhadores. Uma tese partilhada por Fernando Neves de Almeida, chairman da Boden, que sublinhou a importância de uma liderança inspiradora para reter jovens.
No debate que se seguiu, desta vez sobre “Resposta a Incidentes e Gestão de Crises”, Carlos Cabreiro, diretor da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica da Polícia Judiciária, defendeu que, embora esteja prevista uma despenalização da atividade “bug bounty” (um programa de recompensas para quem identifica e reporta vulnerabilidades de cibersegurança) no novo regime jurídico, isso “não evitará que aquela ação em concreto seja investigada”.
“A introdução de um regime desta natureza na lei exige, no mínimo, duas condicionantes. Por um lado, autorização prévia, esclarecida e expressa do titular do sistema, do titular dos dados. E teremos que caminhar, na minha perspetiva e na perspetiva da PJ, para a criação de um registo de caçadores de vulnerabilidades que possam estar a atuar neste âmbito”, explicou.
Esta manhã, na mesma conferência, o ministro da Presidência António Leitão Amaro destacou a importância do Estado português “permitir a mobilização o esforço privado seja através do tal mercado em cibersegurança, seja das práticas individuais de identificação de vulnerabilidades em forma benevolente e ética e não focada nos ganhos próprios.

NACIONAL
ERC DETETA HIBRIDIZAÇÃO ENTRE INFORMAÇÃO E OPINIÃO EM NOTICIÁRIOS EM 2023
Os noticiários de horário nobre da RTP1, RTP2, SIC, TVI e CMTV em 2023 têm em comum a tendência de inserção de comentário nos alinhamentos demarcados como opinião, detetando-se “a hibridização entre informação e opinião” em certos casos.

Os noticiários de horário nobre da RTP1, RTP2, SIC, TVI e CMTV em 2023 têm em comum a tendência de inserção de comentário nos alinhamentos demarcados como opinião, detetando-se “a hibridização entre informação e opinião” em certos casos.
Esta informação consta do relatório de avaliação dos deveres de rigor e de isenção na informação diária de horário nobre, elaborado pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), hoje divulgado.
No total foram analisadas 140 edições de blocos informativos com 3.952 peças dos quatro serviços de programas generalistas nacionais de acesso não condicionado livre — RTP1, RTP2, SIC e TVI — e pelo serviço de programas generalista nacional de acesso não condicionado com assinatura — CMTV, num total de 170 horas, 28 minutos e 53 segundos de emissão.
“Neste relatório, a ERC destaca como característica comum a todos os noticiários a tendência de inserção de espaços de comentário nos alinhamentos devidamente demarcados como opinião, sendo atribuídos a personalidades que os operadores apresentam como comentadores”, refere o regulador de media.
“Porém, detetou-se a hibridização entre informação e opinião em certos casos que desafiam a delimitação clara da natureza do conteúdo emitido, o que merece reflexão”, acrescenta.
Nos noticiários da RTP1, RTP2, SIC e TVI, a ERC regista que “a percentagem de peças que têm informação atribuída (isto é, que identificam pelo menos uma fonte de informação) se situa entre os 86% e 93%” e que, “no caso da CMTV, a tendência verificada neste indicador é relativamente inferior (66% das peças)”.
Quando analisado o nível de atribuição da origem da informação, para todos os serviços de programas, observa-se “que essa atribuição foi parcial entre 24% a 34% dos casos, o que significa que apenas parte das fontes de informação foram identificadas corretamente”.
De acordo com a análise, registou-se também “o predomínio de peças que não exigiram a aplicação do princípio do contraditório, sendo que, nos casos em que era exigido, tal foi genericamente respeitado”.
Constata-se ainda que “são residuais (0,4%) as peças com elementos suscetíveis de desrespeitar a presunção da inocência, observando-se que a grande maioria dos casos identificados ocorre no ‘Grande Jornal’ da CMTV”.
Na análise, “não foram identificadas situações de incitamento à violência ou ao ódio contra pessoas ou grupos de pessoas em razão do sexo, raça, cor, origem étnica ou social, orientação sexual ou outros fatores passíveis de discriminação”.
A versão completa do relatório pode ser consultada em: https://www.erc.pt/pt/a-erc/noticias/erc-analisa-rigor-e-isencao-nos-noticiarios-de-horario-nobre-da-rtp1-rtp2-sic-tvi-e-cmtv-em-2023/.
NACIONAL
GOVERNO APROVA NOVO REGIME DE CIBERSEGURANÇA
O Conselho de Ministros aprovou hoje a proposta de lei do novo regime de cibersegurança que vai ser enviada para o parlamento, anunciou o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, que a classificou de “reforma profunda”.

O Conselho de Ministros aprovou hoje a proposta de lei do novo regime de cibersegurança que vai ser enviada para o parlamento, anunciou o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, que a classificou de “reforma profunda”.
“Esta proposta de lei para enviar para o parlamento (…) reforça muito a capacidade e robustez dos sistemas informáticos e digitais e das defesas de empresa e das entidades públicas em Portugal, por um lado”, afirmou o ministro, na conferência de imprensa.
O novo regime “robustece o nível de segurança, aumenta os poderes de supervisão, alarga as obrigações e os deveres que as empresas e as entidades públicas têm para proteger a sua atividade” e os seus sistemas no espaço digital.
Por outro lado, uma “opção típica deste Governo, diferente de muitos governos europeus, queremos fazê-lo reduzindo ao máximo os custos de contexto, simplificando a legislação, facilitando a vida às empresas e aos cidadãos”, acrescentou.
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