REGIÕES
LISBOA: ASSEMBLEIA APROVA TRANSPORTES GRATUITOS PARA JOVENS E IDOSOS
A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou hoje, apenas com a abstenção da Iniciativa Liberal (IL), a proposta de gratuitidade dos transportes públicos na cidade para residentes jovens e idosos.
A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou hoje, apenas com a abstenção da Iniciativa Liberal (IL), a proposta de gratuitidade dos transportes públicos na cidade para residentes jovens e idosos.
Antes da votação da proposta neste órgão deliberativo do município, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), apelou a “um voto unânime”, considerando que aprovação representa “um dia histórico” para a cidade, porque a medida tem “uma importância direta para o impacto da vida dos lisboetas”.
“Este passo é justiça social, é justiça daqueles que querem mudar o mundo e que querem realmente fazer com que o mundo seja melhor, com que tenhamos um planeta que possamos viver. Esta medida é justiça também na descarbonização do planeta que tanto precisamos e esta medida é melhorar a vida das pessoas”, declarou Carlos Moedas.
Apesar do apelo pela unanimidade na aprovação da proposta, o grupo municipal da IL decidiu abster-se, criticando a urgência na votação quando há “falta de informação”, inclusive sobre a estimativa orçamental de 14,9 milhões de euros por ano sem qualquer documento de suporte, e manifestando-se contra a lógica de “votas primeiro e perguntas depois”.
O deputado municipal da IL Rodrigo Mello Gonçalves defendeu ainda que a mobilidade tem que ser encarada numa lógica metropolitana, uma vez que “três em quatro viaturas vêm de fora” da cidade de Lisboa, e que a gratuitidade dos transportes públicos tem que ser implementada “em função da necessidade e não da idade”.
A proposta teve os votos a favor dos restantes grupos municipais: PS, PSD, PCP, PEV, BE, CDS, PAN, MPT, Livre, PPM, Aliança, Chega e deputada independente Daniela Serralha (eleita pela coligação PS/Livre).
Do grupo municipal do PS, Luís Coelho destacou o “pedido expresso de urgência” para o agendamento da proposta sobre o qual decidiram “colocar os supremos interesses dos lisboetas à frente de toda e qualquer discussão político partidária”, dispensando a audição nesta fase do vereador da Mobilidade e da empresa TML – Transportes Metropolitanos de Lisboa, sem prejuízo de acontecer depois da votação.
“Não fizemos finca pé, nem abrimos uma guerra política pela manifesta ausência do papel efetivo que cabe a esta assembleia, o de fiscalizar e autorizar as propostas municipais. Assim, não será por causa dos deputados municipais do PS que esta proposta não será já e hoje aprovada para ser enviada ao Tribunal de Contas com vista à obtenção do respetivo visto prévio”, apontou o socialista, considerando que, neste caso, o executivo camarário de Carlos Moedas não poderá recorrer à “usual vitimização e diabolização” por obstaculização da ação governativa da cidade.
O deputado do PSD Luís Newton deu os parabéns a Carlos Moedas por conseguir promover consensos que levaram à aprovação da proposta, por unanimidade, na Câmara Municipal, apontando “duas grandes vantagens” da gratuitidade dos transportes públicos, a componente da transição energética e a política de educação para a mobilidade.
Martim Borges, do CDS-PP, lembrou que a proposta foi um compromisso eleitoral da coligação Novos Tempos (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), pelo que foi já sufragada pelos lisboetas, referindo que o papel da assembleia municipal de fiscalizar a medida não termina com a aprovação da mesma e enaltecendo o impacto da mesma para estimular os jovens a utilizar os transportes públicos, sem esquecer os idosos.
Pelo PCP, deputado Fernando Correia defendeu que é essencial que a medida avance para o nível metropolitano, colocando essa responsabilidade “nas mãos do Governo”, avisando também sobre a necessidade de reforçar a oferta do serviço de transporte público.
Da bancada do BE, Isabel Pires afirmou que é preciso “levar esta medida mais longe em Lisboa, na área metropolitana e no país”, reiterando a proposta de alargar a gratuitidade a pessoas desempregadas, com deficiência e a todos os jovens estudantes deslocados mesmo que não tenham residência fiscal na cidade.
A mesma posição foi assumida pela deputada do PEV Claúdia Madeira do PEV, que considerou que a aposta na mobilidade coletiva “não se pode esgotar aqui”, reforçando a necessidade de esclarecimentos por parte da câmara e da empresa TML relativamente á implementação da proposta.
António Valente, do PAN, alertou que “Lisboa ainda está longe” de ter uma rede de transportes públicos eficiente, inclusive pela “parca regularidade” do serviço, em que “é preciso fazer mais e melhor” e a gratuitidade deve abranger mais cidadãos.
Já a deputado do Livre Patrícia Robalo reforçou que a “assembleia não teve tempo para o devido escrutínio” da medida, pedindo informação sobre o estudo do impacto da medida e indicando que “o custo não é o único motivo que afasta as pessoas do transporte público”, já que a medida “não bate certo” com os descontos no estacionamento.
O presidente da Câmara de Lisboa reforçou que a medida é importante do ponto de vista climático e “uma oportunidade única” para que a cidade possa liderar na Europa no combate às alterações climáticas, destacando ainda o impacto em termos sociais para os lisboetas devido à guerra na Ucrânia.
“Isso não tem cor política, não tem ideologia, tem de se pensar nas pessoas primeiro”, realçou Carlos Moedas.
Em 21 de abril, a Câmara de Lisboa aprovou, por unanimidade, a proposta de transportes públicos gratuitos na cidade, que prevê um acordo entre o município e a empresa TML, válido até 31 de dezembro de 2025, e estabelece a gratuitidade para jovens entre os 13 e os 18 anos, estudantes do ensino superior até aos 23 anos, incluindo a exceção dos inscritos nos cursos de medicina e arquitetura até aos 24 anos, e maiores de 65 anos, em que o requisito comum para todos é terem residência fiscal no concelho.
Desde 2017, as crianças até aos 12 anos já beneficiam de transportes públicos gratuitos em Lisboa, nas redes do Metropolitano e da Carris.
O documento prevê uma despesa máxima de 6,266 milhões de euros em 2022 e, para 2023, 2024 e 2025 até 14,9 milhões de euros para cada ano.
REGIÕES
VILA REAL: CONCURSO PARA CONCLUSÃO DO PAVILHÃO DA ESCOLA DIOGO CÃO
O município de Vila Real abriu esta quinta-feira um concurso público, pelo preço base de 900 mil euros, para concluir a requalificação de um pavilhão desportivo, depois de tomar posse administrativa da obra, em abril, por abandono da empreitada.
O município de Vila Real abriu esta quinta-feira um concurso público, pelo preço base de 900 mil euros, para concluir a requalificação de um pavilhão desportivo, depois de tomar posse administrativa da obra, em abril, por abandono da empreitada.
O anúncio do concurso público para a conclusão da empreitada de requalificação e beneficiação do pavilhão da Escola Diogo Cão foi publicado esta quinta-feira em Diário da República (DR).
O preço base do procedimento é de cerca de 900 mil euros, o prazo para entrega de propostas decorre até 13 de fevereiro e, depois de adjudicada, a obra deve ser concluída em 270 dias.
Em abril, a Câmara de Vila Real informou que tomou posse administrativa da obra de requalificação deste pavilhão desportivo, localizado na cidade, por alegado incumprimento do empreiteiro que terá suspendido e abandonado a empreitada.
O processo encontra-se, neste momento, em tribunal.
Em março de 2022, a Câmara de Vila Real anunciou um investimento 1,2 milhões de euros na reabilitação do pavilhão desportivo da Escola Diogo Cão e, na altura, foi referido que a intervenção demoraria cerca de um ano.
O objetivo da intervenção era dotar o pavilhão, já com mais de 50 anos, de “condições de segurança” para a prática educativa e a formação desportiva, servindo a escola e, após o horário letivo, a comunidade.
A autarquia explicou que a empreitada foi organizada em duas fases distintas, adjudicadas a duas empresas e que, ambas as fases, resultaram de candidaturas apresentadas ao Norte 2020 e tiveram uma comparticipação financeira de 85%.
No entanto, segundo explicou, a “existência de duas fases ao mesmo tempo veio a revelar-se de muito difícil compatibilização exacerbando o comportamento, já de si, pouco consensual” do empreiteiro em causa, tendo mesmo esta empresa “suspendido de forma unilateral a sua empreitada e abandonado a empreitada, obrigando o município a agir em conformidade e em defesa do interesse público municipal”.
Para efeito, a câmara avançou com a aplicação de sanção contratual no valor de cerca de 217 mil euros (mais IVA), “por atraso reiterado no cumprimento das obrigações decorrentes do contrato”, e procedeu “à resolução do contrato a título sancionatório, tomando a posse administrativa da obra, bem como dos bens móveis e imóveis à mesma afetos, procedendo aos inventários, medições e avaliações necessárias”.
O município referiu que vai conseguir recuperar parte do financiamento comunitário desta obra, já no âmbito do novo quadro comunitário.
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MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.
“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.
E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.
A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.
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