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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

O CÉREBRO ‘DECIDE’ APÓS PROCESSAR ESTRATÉGIAS COMPLEXAS – ESTUDO

O cérebro é capaz de avaliar várias estratégias complexas em simultâneo para tomar uma decisão, aponta um estudo divulgado, esta quinta-feira, pela Fundação Champalimaud que abre porta a novas formas de pensar os processos envolvidos na tomada de decisões.

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O cérebro é capaz de avaliar várias estratégias complexas em simultâneo para tomar uma decisão, aponta um estudo divulgado, esta quinta-feira, pela Fundação Champalimaud que abre porta a novas formas de pensar os processos envolvidos na tomada de decisões.

Como é que decidimos que fila escolher nas caixas do supermercado? Foi a partir desta escolha, aparentemente simples, do dia-a-dia de qualquer pessoa que um grupo de investigadores partiu para estudar os processos envolvidos na tomada de decisões.

Porque, por muito simples que pareça, a escolha pode envolver um número alargado de estratégias de decisão, desde contar o número de pessoas em cada fila, o número de artigos no carrinho ou mesmo a velocidade de cada operador.

De acordo com as conclusões de um estudo divulgado esta quarta-feira, perante uma decisão com tantos fatores a considerar, o cérebro é capaz de calcular várias estratégias alternativas de decisão em simultâneo, em vez de se comprometer apenas com uma.

O estudo foi conduzido por três investigadores, na Fundação Champalimaud em Lisboa, que desenharam uma espécie de mundo virtual para ratinhos, onde tinham como tarefa procurar água.

Neste mundo virtual, qualquer zona podia oferecer água, mas de forma inconsistente, ou seja, “de um momento para o outro pode “secar” e deixar de dispensar água”, explica a Fundação em comunicado, acrescendo que, dessa forma, os ratinhos tinham que decidir quando sair de um determinado local e ir para outro.

Um pouco à semelhança das filas de supermercado, também esta escolha pode envolver várias estratégias, cada uma combinando, neste caso, erros e tentativas bem-sucedidas ao longo de tempo de forma particular e, portanto, com uma “assinatura do tempo decorrido”, ou variável de decisão, própria.

Dessa forma, quando monitorizavam a atividade de grandes grupos de neurónios individuais no córtex pré-motor enquanto os ratinhos desempenhavam a tarefa, foi possível aos investigadores procurar combinações dos perfis temporais de atividade dos neurónios pré-motores, que poderiam assemelhar-se às variáveis de decisão associadas a diferentes estratégias.

A conclusão surpreendeu a equipa: “Apesar de cada ratinho se concentrar na sua própria estratégia, os seus cérebros não”.

“O cérebro pode realmente executar várias estratégias de contagem diferentes ao mesmo tempo, o que nos remete para o conceito de superposição na mecânica quântica”, refere Zack Mainen, um dos investigadores principais, citado em comunicado.

Como explica outra das investigadoras, Fanny Cazettes, apesar de a atividade no córtex pré-motor refletir a estratégia que o animal estava realmente a usar, refletia também “variáveis de decisão alternativas úteis para a mesma tarefa e até mesmo variáveis de decisão úteis para outras tarefas”.

As conclusões abrem agora porta a novas formas de pensar os processos envolvidos na tomada de decisões, explica a investigadora, adiantando que o próximo passo será investigar como o cérebro seleciona entre diferentes variáveis de decisão e como essas decisões são traduzidas numa ação.

Alfonso Renart, também investigador principal, sublinha que a possibilidade de representar, em simultâneo, as estratégias usadas e não utilizadas poderá facilitar a flexibilidade cognitiva e de aprendizagem, uma vez que “a mudança de estratégias requer apenas que seja dada atenção à variável de decisão pré-computada correta, em vez de construí-la do zero”.

“[As conclusões] podem ainda ter implicações para o desenvolvimento de sistemas de ‘machine learning’ [a utilização de dados e algoritmos para imitar a forma como os humanos aprendem] mais flexíveis e adaptáveis, o que poderá ser particularmente útil em situações onde há um alto grau de incerteza ou complexidade”, acrescenta Zach Mainen.

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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

CIENTISTAS CRIAM CÉLULAS PARA TRATAMENTO DA DOENÇA DE MACHADO-JOSEPH

Uma equipa de cientistas liderada pela Universidade de Coimbra conseguiu criar células estaminais humanas, a partir de células da pele, que têm potencial para o tratamento de longa duração da doença de Machado-Joseph, segundo um estudo hoje divulgado.

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Uma equipa de cientistas liderada pela Universidade de Coimbra conseguiu criar células estaminais humanas, a partir de células da pele, que têm potencial para o tratamento de longa duração da doença de Machado-Joseph, segundo um estudo hoje divulgado.

A Universidade de Coimbra referiu que esta investigação abre caminho para o desenvolvimento de células que possam vir a ser usadas no tratamento desta doença neurodegenerativa que afeta, nomeadamente, os movimentos e a articulação verbal, e que tem grande incidência em Portugal.

A líder do estudo, Liliana Mendonça, explicou que a descoberta feita pela equipa de investigação demonstra a viabilidade da aplicação de terapias personalizadas a pessoas portadoras desta doença, através da criação de células estaminais dos doentes que se pretendem tratar.

Isto irá traduzir-se numa maior aceitação do transplante, frisou a investigadora do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC-UC) e do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia (CIBB).

Consideradas muito versáteis, as células estaminais permitem dar origem a células especializadas de vários tecidos e órgãos do corpo humano.

A doença de Machado-Joseph ainda não tem tratamento. O cerebelo é uma das regiões do cérebro mais afetadas, levando a extensa morte neuronal, dificuldades de coordenação motora, de deglutição e de articulação do discurso.

“Tem uma grande prevalência nos Açores, especialmente na ilha das Flores, que regista a maior incidência da doença a nível mundial”, contou a investigadora.

A equipa de investigação criou células que demonstraram ter capacidade de originar neurónios em culturas celulares (conjunto de técnicas para testar o comportamento de células num ambiente artificial) e também em organóides cerebrais (tecidos gerados ‘in vitro’, ou seja, fora de organismos vivos).

Segundo Liliana Mendonça, simultaneamente, os investigadores observaram que as células estaminais humanas sobreviveram até seis meses após transplante no cerebelo do modelo animal, tendo-se diferenciado em células da glia (células do sistema nervoso central que desempenham diversas funções) e neurónios, o que significa que revelaram ter potencial para atuar positivamente no controlo de doenças neurodegenerativas.

“Existe uma elevada necessidade de desenvolver estratégias terapêuticas que possam tratar doenças neurodegenerativas, que, de forma robusta, melhorem a qualidade de vida dos doentes, contribuindo, assim, para reduzir os encargos de saúde dos sistemas de saúde e das famílias destes doentes”, alertou.

Este trabalho, que foi desenvolvido pela equipa do Grupo de Investigação de Terapias Génicas e Estaminais para o Cérebro do CNC-UC, encontra-se a ser aprofundado.

Um dos objetivos é estudar de que forma é que estas células conseguem melhorar os problemas de coordenação motora da doença, com recurso a um modelo animal.

A coordenadora da investigação avançou que os cientistas vão também desenvolver estratégias para melhorar a migração das células e, seguidamente, a sua diferenciação em neurónios cerebelares, após o seu transplante para o cérebro, algo que pode aumentar significativamente os efeitos terapêuticos destas células.

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IDENTIFICADAS CÉLULAS-CHAVE PARA PREVENIR A ATEROSCLEROSE NO SÍNDROME DA PROGÉRIA

Uma equipa internacional de investigadores identificou as células-chave para prevenir a aterosclerose em pessoas que sofrem do síndrome de progéria, uma doença muito rara que causa envelhecimento prematuro e acelerado de quem a sofre.

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Uma equipa internacional de investigadores identificou as células-chave para prevenir a aterosclerose em pessoas que sofrem do síndrome de progéria, uma doença muito rara que causa envelhecimento prematuro e acelerado de quem a sofre.

A síndrome de Progéria é uma doença genética extremamente rara que afeta 1 em 20 milhões de pessoas, e estima-se que afete cerca de 400 crianças em todo o mundo. A doença é caracterizada por induzir envelhecimento acelerado, aterosclerose grave e morte prematura em idade média de aproximadamente 15 anos.

Os resultados da nova investigação foram publicados esta segunda-feira no The Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) e participaram no estudo cientistas do Centro Nacional de Investigação Cardiovascular (CNIC) do Instituto de Saúde Carlos III, do Centro de Investigação em Rede de Doenças Cardiovasculares, do Centro de Investigação Biológica Margarita Salas do Conselho Superior de Investigação Científica, da Universidade de Oviedo (todos em Espanha) e da Universidade Queen Mary de Londres (Reino Unido).

As doenças raras representam um grande problema social e de saúde, uma vez que se estima que existam perto de 7.000 e que afetem sete por cento da população mundial, recordou o CNIC, citado pela agência Efe.

Embora os pacientes com este síndrome normalmente não apresentem os fatores de risco cardiovasculares típicos (hipercolesterolemia, obesidade ou tabagismo), a sua principal causa de morte são as complicações da aterosclerose, como enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral ou insuficiência cardíaca.

Atualmente não há cura para a progéria, observou o CNIC, e enfatizou a urgência do desenvolvimento de novas terapias que previnam a aterosclerose e outras alterações vasculares associadas à doença para aumentar a expectativa de vida dos pacientes.

A causa genética da doença é uma mutação num gene (LMNA) que provoca a expressão da progerina, uma versão mutante da proteína nuclear “lamina A” que induz numerosos efeitos nocivos a nível celular e do organismo, explicou o CNIC, em comunicado.

Estudos recentes desta síndrome realizados em modelos animais mostraram que é possível corrigir esta mutação através da edição genética, e que a consequente eliminação da progerina e recuperação da expressão da “lâmina A” melhora as alterações características do doenças e prolonga a expectativa de vida.

Para otimizar a terapia genética para o potencial tratamento de pacientes com progéria, é importante identificar os tipos de células nos quais a deleção da progerina produz mais benefícios.

Para responder a esta questão, o laboratório do investigador Vicente Andrés (CNIC) gerou ratos com esta síndrome e os investigadores apontaram as células musculares lisas vasculares como um possível alvo terapêutico para combater a aterosclerose prematura na progéria.

No novo trabalho publicado pela PNAS e utilizando os mesmos tipos de ratos, os investigadores estudaram se a aterosclerose associada a esta síndrome pode ser evitada suprimindo a progerina e restaurando a “lâmina A” nas células “endoteliais” ou em células musculares lisas vasculares.

Os cientistas descobriram assim que a eliminação da progerina nas células endoteliais não trazia nenhum benefício, mas trazia quando era eliminada nas células musculares lisas vasculares.

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