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ARTE & CULTURA

ÓSCARES: ‘TOP GUN’ E ‘AVATAR’ SURPREENDEM NA CORRIDA PELO ‘MELHOR FILME’

O filme ‘Tudo em todo o lado ao mesmo tempo’, de Daniel Kwan e Daniel Scheinert, lidera a corrida aos Óscares, com 11 nomeações, numa edição em que, pela primeira vez, há um filme português nomeado.

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O filme ‘Tudo em todo o lado ao mesmo tempo’, de Daniel Kwan e Daniel Scheinert, lidera a corrida aos Óscares, com 11 nomeações, numa edição em que, pela primeira vez, há um filme português nomeado.

AAcademia de Cinema dos Estados Unidos revelou a lista dos nomeados para a 95.ª edição e nela figura o filme ‘Ice Merchants’, do realizador português João Gonzalez, candidato a Melhor Curta-Metragem de Animação, um feito inédito no cinema português.

‘Tudo ao mesmo tempo em todo o lado’, uma produção independente de ficção científica sobre universos paralelos, está indicada para os Óscares de Melhor Filme ou Realização e também nas categorias de representação, nomeadamente para Michelle Yeoh, Jamie Lee Curtis, Stephanie Hsu e Ke Huy Quan, o ator que em criança entrou em ‘Indiana Jones e o Templo Perdido’ (1984).

Para o Óscar de Melhor Filme, estão também nomeados ‘Os espíritos de Inisherin’ (Martin McDonagh), ‘Os Fablemans’ (Steven Spielberg), ‘Tár’ (Todd Field), ‘A oeste nada de novo’ (Edward Berger), ‘Top Gun: Maverick’ (Joseph Kosinski), ‘Elvis’ (Baz Luhrmann), ‘Avatar: O caminho da água’ (James Cameron), ‘A voz das mulheres’ (Sarah Polley) e ‘Triângulo da Tristeza’ (Ruben Ostlund).

A Associated Press lembra que este ano, ao contrário de 2022, grande parte dos filmes nomeados estreou-se nas salas de cinema e obteve substanciais resultados de bilheteira, nomeadamente as sequelas de ‘Top Gun’ e ‘Avatar’. Juntos, estes dois filmes fizeram 3,2 mil milhões de euros de receitas globais.

Para o Óscar de Melhor Realização competem Martin McDonagh, Daniel Kwan e Daniel Scheinert, Steven Spielberg, Todd Field e Ruben Ostlund.

O ‘biopic’ de Baz Luhrmann sobre Elvis Presley soma oito nomeações, nomeadamente para Austin Butler como Melhor Ator, e ‘Os Fablemans’, o filme semibiográfico de Steven Spielberg segue com sete nomeações, entre as quais para Melhor Banda Sonora, de John Williams.

Este compositor foi nomeado pela 53.ª vez e mantém o recorde de personalidade viva mais nomeada na história dos Óscares.

Ana de Armas (‘Blonde’), Cate Blanchett (‘Tár’), Andrea Riseborough (‘To Leslie’), Michelle Williams (‘Os Fabelmans’) e Michelle Yeoh estão nomeadas para o Óscar de Melhor Atriz.

Entre os homens estão indicados Brendan Fraser (‘A Baleia’), Colin Farrell (‘Os espíritos de Inisherin’), Austin Butler (‘Elvis’), Bill Nighy (‘Living’) e Paul Mescal (‘Aftersun’).

Para o Óscar de Melhor Filme Internacional surgem ‘A oeste nada de novo’ (Alemanha), ‘Argentina, 1985’ (Argentina), ‘Close’ (Bélgica), ‘EO’ (Polónia) e ‘The Quiet Girl’ (Irlanda).

‘Pinóquio’, ‘Marcel the Shell With Shoes On’, ‘Gato das Botas: O último desejo’, ‘The Sea Beast’ e ‘Turning Red – Estranhamente Vermelho’ estão na categoria de Melhor Longa-Metragem de Animação.

Destaque ainda para aquela que foi a primeira nomeação de Rihanna para um Óscar, a par de Tems, Ryan Coogler e Ludwig Goransson, na categoria de Melhor Canção Original, com ‘Lift me up’, associada ao filme ‘Black Panther: Wakanda Forever’. Concorre, assim, com nomes como Lady Gaga e Diane Warren.

A cerimónia dos Óscares está marcada para 12 de março, com apresentação de Jimmy Kimmel.

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ARTE & CULTURA

PAUL MCCARTNEY PEDE AO GOVERNO PARA PROTEGER ARTISTAS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

O ex-Beatle Paul McCartney apelou hoje ao Governo britânico para reforçar a proteção dos artistas contra a inteligência artificial (IA), numa altura em que o executivo considera uma reforma da lei dos direitos de autor.

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O ex-Beatle Paul McCartney apelou hoje ao Governo britânico para reforçar a proteção dos artistas contra a inteligência artificial (IA), numa altura em que o executivo considera uma reforma da lei dos direitos de autor.

Numa entrevista à BBC, o cantor e compositor britânico, de 82 anos, alertou que os músicos podem ser “despojados” das suas criações e voltou a criticar o projeto do Governo trabalhista que prevê alterações à legislação sobre direitos de autor.

Entre as propostas está “uma exceção aos direitos de autor” para treinar modelos de IA com fins comerciais, cujo projeto ofereceria aos criadores a possibilidade de “reservar os seus direitos”.

Paul McCartney, que manteve uma carreia praticamente a solo após a dissolução oficial dos Beatles, em 1970, sustenta que, com essa reforma, os artistas perderão o controlo sobre as suas obras.

“Os jovens podem escrever uma bela canção, mas podem acabar por não ser os proprietários dela”, disse.

Pior ainda, “qualquer pessoa poderá apropriar-se dessa canção”, denunciou.

“A verdade é que o dinheiro irá para algum lado. Alguém será pago. Não deverá ser o tipo que escreveu ‘Yesterday’?”, um dos temas mais conhecidos dos The Beatles, composto por Paul McCartney (creditada a Lennon/McCartney), gravada em 1965 para o álbum “Help!”, questionou.

“Se apresentarem um projeto de lei, assegurem-se de que protegem os pensadores e os artistas, caso contrário, não terão o seu apoio. Somos o povo, vocês são o Governo. É suposto que nos protejam. Esse é o vosso trabalho”, reforçou McCartney.

O Governo britânico anunciou que aproveitará o período de consulta pública, que decorre até 25 de fevereiro, para explorar os principais pontos do debate, incluindo a forma como os criadores poderão obter licenças e ser remunerados pela utilização das suas obras.

Questionada sobre estas propostas numa entrevista à BBC, a ministra das Finanças britânica, Rachel Reeves, garantiu que “quer apoiar os artistas” e fará “tudo para que os direitos de autor sejam respeitados”.

Em novembro de 2023, McCartney e Ringo Starr, os membros sobreviventes dos Beatles (George Harrison morreu em novembro de 2001), usaram a IA para extrair a voz de John Lennon, assassinado em 1980 em Nova Iorque, de uma canção inacabada com várias décadas, intitulada “Now and Then”.

“Eu acho que a IA é fantástica e pode fazer muitas coisas incríveis”, admitiu Paul McCartney.

“No entanto, a IA não deve despojar os criadores. Isso não faz sentido”, concluiu.

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PORTO: SERRALVES RECEBE 37 OBRAS CONTEMPORÂNEAS DA COLEÇÃO DUERCKHEIM

A Fundação de Serralves, no Porto, assinou um acordo para receber em depósito 37 obras de 19 artistas provenientes da Coleção Duerckheim, que prevê ainda a doação de uma peça de Anselm Kiefer à instituição portuguesa.

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A Fundação de Serralves, no Porto, assinou um acordo para receber em depósito 37 obras de 19 artistas provenientes da Coleção Duerckheim, que prevê ainda a doação de uma peça de Anselm Kiefer à instituição portuguesa.

Em comunicado, a Fundação de Serralves anunciou que vai receber, neste âmbito, o depósito de peças de Darren Almond, Georg Baselitz, Isaak Brodsky, Roman Buxbaum, Jake e Dinos Chapman, Theaster Gates, Gilbert & George, Antony Gormley, Damien Hirst, Zhang Huan, Stefan Hunstein, Anselm Kiefer, Michael Landy, Mamedov, Haralampi Oroschakoff, Sam Taylor-Wood, Matthias Wähner, Cerith Wyn Evans e Remy Zaugg.

O acordo inclui a doação de “Dat rosa miel apibus”, de Anselm Kiefer.

“É com grande alegria que Serralves recebe em depósito esta extraordinária coleção reunida ao longo de décadas de dedicação à arte pelo Conde Duerckheim. Este é um momento de grande importância para Serralves, e o acordo representa o reconhecimento da capacidade da Fundação para atrair e acolher as maiores coleções internacionais de arte contemporânea”, disse a presidente do conselho de administração da fundação, Ana Pinho, citada no mesmo comunicado.

De acordo com Serralves, o acordo foi possível graças à influência de Nuno Luzio, que deu a ideia ao Conde Christian Duerckheim, algo saudado por ambas as partes.

“Tendo estado fora de Portugal durante mais de 20 anos, Nuno Luzio demonstra o poder da diáspora portuguesa e o bem maior que podem fazer pelo seu país”, afirmou Ana Pinho.

Nascido em 1944 na região alemã da Saxónia, o industrial Christian Duerckheim viveu em Londres na década de 1960 e tornou-se num dos “mais significativos colecionadores da Europa”, como escreveu o jornal britânico The Guardian, em 2013, aquando de uma doação de 34 desenhos de artistas alemães modernos e de mais 60 trabalhos ao British Museum.

Em 2011, Duerckheim vendeu cerca de 80 obras através da leiloeira Sotheby’s por um valor recorde de mais de 100 milhões de libras, segundo notícias publicadas então pela imprensa especializada.

Na altura, ao New York Times, Christian Duerckheim afirmou que sempre quis ver a arte do seu tempo, enquanto alguém interessado em história que ficou obcecado com a arte do seu próprio país depois de ver uma obra de Georg Baselitz em 1970.

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