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RISCO DE POBREZA EM CRIANÇAS PORTUGUESAS ESTÁ AUMENTAR

Várias organizações da sociedade civil alertaram hoje para o aumento do risco de pobreza entre as crianças portuguesas e pedem aos governantes que coloquem o tema como prioridade política.

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Várias organizações da sociedade civil alertaram hoje para o aumento do risco de pobreza entre as crianças portuguesas e pedem aos governantes que coloquem o tema como prioridade política.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), há “um aumento da taxa de pobreza infantil — 347 mil crianças em risco de pobreza monetária (mais 44 mil do que no ano anterior)”, referem o subscritores de uma carta aberta hoje divulgada.

A “taxa de risco de pobreza infantil em 2023 foi de 20,7%”, correspondendo a um regresso aos valores de 2017, o que coloca as crianças como o “grupo etário que regista a maior taxa de risco de pobreza e também aquele em que se observa uma evolução mais desfavorável deste indicador”, pode ler-se no documento, assinado por peritos e por várias organizações, entre as quais a Rede Europeia Anti-Pobreza, Instituto de Apoio à Criança e a Cáritas Portuguesa.

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, de que Portugal é signatário, preveem uma redução de 50% do número de crianças em situação de pobreza em relação a 2019 (360 mil).

Contudo, “o cenário atual não nos confere garantias de que em 2030 o país esteja a cumprir a meta estabelecida”, referem os subscritores que criticam a falta de articulação das “diversas estratégias que visam o bem-estar das crianças”, em particular os projetos Garantia para Infância, da Estratégia Nacional para os Direitos da Criança 2021-2024 ou da Estratégia Nacional de Combate à Pobreza 2021-2030.

O problema, referem, tem várias causas, incluindo a “escassez de rendimentos familiares (em regra associados aos salários baixos e precariedade laboral), condições habitacionais precárias e pobreza energética, desigualdades no acesso a uma educação de qualidade e inclusiva, dificuldade no acesso a cuidados de saúde mental, perigos do mundo digital/ exclusão digital, fenómenos migratórios, violência e delinquência juvenil ou abusos”.

Perante este diagnóstico, os subscritores pedem mudanças políticas que assegurem consequências positivas concretas para as crianças, com investimento em projetos que coloquem os mais novos no centro de projetos de combate à pobreza.

Na carta é pedida uma “abordagem baseada nos direitos da criança enquanto sujeito de direitos, como sustentado pelo Comité dos Direitos da Criança, que seja clara, integradora e coordenada da intervenção para o desenvolvimento de políticas e programas que garantam o superior interesse das crianças”

O apelo foi hoje divulgado no dia em que se comemoram 35 anos da adoção da Convenção sobre os Direitos da Criança, e no âmbito do Grupo de Trabalho da Pobreza Infantil, dinamizado pela Rede Europeia Anti-Pobreza.

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NACIONAL

ERC DETETA HIBRIDIZAÇÃO ENTRE INFORMAÇÃO E OPINIÃO EM NOTICIÁRIOS EM 2023

Os noticiários de horário nobre da RTP1, RTP2, SIC, TVI e CMTV em 2023 têm em comum a tendência de inserção de comentário nos alinhamentos demarcados como opinião, detetando-se “a hibridização entre informação e opinião” em certos casos.

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Os noticiários de horário nobre da RTP1, RTP2, SIC, TVI e CMTV em 2023 têm em comum a tendência de inserção de comentário nos alinhamentos demarcados como opinião, detetando-se “a hibridização entre informação e opinião” em certos casos.

Esta informação consta do relatório de avaliação dos deveres de rigor e de isenção na informação diária de horário nobre, elaborado pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), hoje divulgado.

No total foram analisadas 140 edições de blocos informativos com 3.952 peças dos quatro serviços de programas generalistas nacionais de acesso não condicionado livre — RTP1, RTP2, SIC e TVI — e pelo serviço de programas generalista nacional de acesso não condicionado com assinatura — CMTV, num total de 170 horas, 28 minutos e 53 segundos de emissão.

“Neste relatório, a ERC destaca como característica comum a todos os noticiários a tendência de inserção de espaços de comentário nos alinhamentos devidamente demarcados como opinião, sendo atribuídos a personalidades que os operadores apresentam como comentadores”, refere o regulador de media.

“Porém, detetou-se a hibridização entre informação e opinião em certos casos que desafiam a delimitação clara da natureza do conteúdo emitido, o que merece reflexão”, acrescenta.

Nos noticiários da RTP1, RTP2, SIC e TVI, a ERC regista que “a percentagem de peças que têm informação atribuída (isto é, que identificam pelo menos uma fonte de informação) se situa entre os 86% e 93%” e que, “no caso da CMTV, a tendência verificada neste indicador é relativamente inferior (66% das peças)”.

Quando analisado o nível de atribuição da origem da informação, para todos os serviços de programas, observa-se “que essa atribuição foi parcial entre 24% a 34% dos casos, o que significa que apenas parte das fontes de informação foram identificadas corretamente”.

De acordo com a análise, registou-se também “o predomínio de peças que não exigiram a aplicação do princípio do contraditório, sendo que, nos casos em que era exigido, tal foi genericamente respeitado”.

Constata-se ainda que “são residuais (0,4%) as peças com elementos suscetíveis de desrespeitar a presunção da inocência, observando-se que a grande maioria dos casos identificados ocorre no ‘Grande Jornal’ da CMTV”.

Na análise, “não foram identificadas situações de incitamento à violência ou ao ódio contra pessoas ou grupos de pessoas em razão do sexo, raça, cor, origem étnica ou social, orientação sexual ou outros fatores passíveis de discriminação”.

A versão completa do relatório pode ser consultada em: https://www.erc.pt/pt/a-erc/noticias/erc-analisa-rigor-e-isencao-nos-noticiarios-de-horario-nobre-da-rtp1-rtp2-sic-tvi-e-cmtv-em-2023/.

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GOVERNO APROVA NOVO REGIME DE CIBERSEGURANÇA

O Conselho de Ministros aprovou hoje a proposta de lei do novo regime de cibersegurança que vai ser enviada para o parlamento, anunciou o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, que a classificou de “reforma profunda”.

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O Conselho de Ministros aprovou hoje a proposta de lei do novo regime de cibersegurança que vai ser enviada para o parlamento, anunciou o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, que a classificou de “reforma profunda”.

“Esta proposta de lei para enviar para o parlamento (…) reforça muito a capacidade e robustez dos sistemas informáticos e digitais e das defesas de empresa e das entidades públicas em Portugal, por um lado”, afirmou o ministro, na conferência de imprensa.

O novo regime “robustece o nível de segurança, aumenta os poderes de supervisão, alarga as obrigações e os deveres que as empresas e as entidades públicas têm para proteger a sua atividade” e os seus sistemas no espaço digital.

Por outro lado, uma “opção típica deste Governo, diferente de muitos governos europeus, queremos fazê-lo reduzindo ao máximo os custos de contexto, simplificando a legislação, facilitando a vida às empresas e aos cidadãos”, acrescentou.

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