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SABROSA: REFUGIADAS DE GUERRA DESEJAM VOLTAR À UCRÂNIA

Mulheres que fugiram da guerra na Ucrânia encontraram acolhimento no concelho de Sabrosa, onde vivem numa antiga escola primária readaptada, trabalham e os filhos estudam, mas revelam o grande desejo de regressar ao país natal.

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Mulheres que fugiram da guerra na Ucrânia encontraram acolhimento no concelho de Sabrosa, onde vivem numa antiga escola primária readaptada, trabalham e os filhos estudam, mas revelam o grande desejo de regressar ao país natal.

Maryna Laktionova, 36 anos, e Svitlana Kotenko, 33 anos, são duas das oito mulheres que vivem desde abril na escola desativada da aldeia de Souto Maior, no concelho de Sabrosa, distrito de Vila Real.

São da zona de Kharkiv, na fronteira com a Rússia, e fugiram com os filhos e as mães depois de rebentar a guerra, há um ano. Na Ucrânia ficou a família que, agora, anseiam rever e, por isso, já planeiam o regresso a casa, o qual, se o desenrolar do conflito o permitir, poderá acontecer nos próximos tempos.

Maryna afirmou à agência Lusa que quer voltar a casa e “já em breve” .

Veio para Sabrosa com o filho de 9 anos e a mãe de 65 anos e contou que, nos primeiros dois meses em Portugal, não sentiu “nada”, foi como se estivesse anestesiada. A viagem de mais de 4.0000 quilómetros não foi planeada, teve que colocar toda a vida numa “mochila pequena” e sair da terra natal.

Aprender a falar português, o trabalho no arquivo da câmara municipal e os amigos que já fez localmente foram a “grande ajuda” para a integração e para se “sentir melhor”.

O filho, referiu, fala muito no pai que ficou na Ucrânia, no resto da família e também nos seus animais e, por isso, segundo a mãe, tem sido muito complicado para ele.

Isto, apesar de a integração na escola, onde frequenta o terceiro ano, ter corrido bem porque as “crianças, aqui em Portugal, são muito boas”.

Menos de um ano depois, Maryna já compreende a língua e fala português, mas nesta conversa com a Lusa contou com a ajuda, na tradução, de Ivanna Rohashko que criou a Associação de Ucranianos de Vila Real, tem apoiado os refugiados na adaptação e tem feito o acompanhamento das famílias.

Svitlana veio com o filho de 6 anos e a mãe com 63 anos, trabalha no centro escolar de Sabrosa e o menino estuda no primeiro ano.

Contou também que os primeiros tempos foram difíceis, até conhecer os lugares, as pessoas e perceber a língua, com a qual nunca tinha tido qualquer contacto até chegar a Portugal.

Na escola apoia as crianças ucranianas que ali estão a estudar e, obrigada a lidar com os restantes alunos, teve rapidamente que aprender a comunicar em português.

O curso de português que estas ucranianas frequentaram, pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), e os tradutores ‘online’ ajudaram a ultrapassar a barreira da língua.

Svitlana também disse que, para o filho, “foi muito difícil”, mas que contou com o apoio das outras crianças, que têm sido “muito boas” para quem veio de longe.

O regresso à terra natal está nos seus planos e este é também, frisou, um pedido diário do seu filho.

“Portugal é muito bonito e as pessoas são muito boas, mas a minha casa, a minha família, o meu marido, meu pai e meu irmão estão na Ucrânia e eu quero ir para lá, quero muito ir para lá”, salientou, referindo que poderá ir já em março.

A sua zona de origem não foi invadida pelas tropas russas, embora haja ataques com bombas.

O maior receio é a viagem, já dentro da Ucrânia, para a sua terra natal, mas Svitlana frisou que, neste momento, precisa mesmo de regressar, apesar do contacto permanente com a família.

A presidente da câmara de Sabrosa, Helena Lapa, recordou que há um ano o município se preparou para acolher refugiados da guerra na Ucrânia.

No total, chegaram ao concelho 18 pessoas, três já regressaram e, na escola de Souto Maior, que sofreu obras de adaptação, permanecem oito mulheres e sete crianças.

O primeiro grupo chegou por iniciativa de trabalhadores da autarquia que angariaram donativos de empresas e da comunidade local, e foram, em duas carrinhas de nove lugares, buscar refugiados à fronteira da Ucrânia. Os restantes chegaram por intermédio do Alto Comissariado para as Migrações.

“E eu, neste momento, tenho o prazer de vê-los completamente integrados”, salientou a autarca, que explicou que as ucranianas estão a trabalhar com contratos de emprego de inserção.

É o município, referiu, que paga as despesas de, por exemplo, água e luz do edifício onde residem, mas Helena Lapa destacou que a comunidade também faz questão de ajudar com hortícolas, lenha e outros bens.

Num concelho afetado pelo despovoamento, a presidente afirmou à Lusa que gostava muito que estas mulheres e crianças aqui se radicassem e que até viessem mais, mas referiu perceber perfeitamente o desejo das famílias voltarem à Ucrânia.

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POLÍCIA MARÍTIMA E ACT FISCALIZARAM BARCOS ENTRE MATOSINHOS E PÓVOA DE VARZIM

Treze embarcações de pesca costeira foram fiscalizadas hoje numa ação de fiscalização conjunta da Polícia Marítima e Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), entre a Póvoa de Varzim e Matosinhos, anunciou a Autoridade Marítima Nacional (AMN).

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Treze embarcações de pesca costeira foram fiscalizadas hoje numa ação de fiscalização conjunta da Polícia Marítima e Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), entre a Póvoa de Varzim e Matosinhos, anunciou a Autoridade Marítima Nacional (AMN).

Na ação, que teve ainda a colaboração da Unidade de Controlo Costeiro e de Fronteiras (UCCF) da GNR, cujo objetivo principal era “fiscalizar as condições exigidas aos marítimos para o exercício da atividade a bordo das embarcações, (…) foram elaborados onze autos de notícia pela Polícia Marítima”, assinala o comunicado.

Segundo a AMN, os processos foram levantados “devido ao embarque de marítimos sem constar no rol de tripulação, assim como a infrações com a lotação mínima de segurança e falta de habilitação legal, especialmente por não marítimos, para o exercício da atividade da pesca”.

“Foi ainda relevante a verificação das condições de trabalho a bordo, tendo sido efetuadas inúmeras notificações por parte dos elementos da ACT, relacionadas com procedimentos documentais por regularizar. Foi também efetuada a verificação do cumprimento jurídico de entrada e permanência de estrangeiros no território nacional, por parte da UCCF, não tendo sido identificadas quaisquer irregularidades”, prossegue a nota de imprensa.

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DOURO: RESTRIÇÕES A NOVAS PLANTAÇÕES E APOIOS À MODERNIZAÇÃO

Associações do Douro, região com fortes restrições a novas plantações de vinha, defendem que os apoios financeiros devem ser aplicados na modernização da viticultura, como a mecanização, a rega ou na resiliência das castas às alterações climáticas.

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Associações do Douro, região com fortes restrições a novas plantações de vinha, defendem que os apoios financeiros devem ser aplicados na modernização da viticultura, como a mecanização, a rega ou na resiliência das castas às alterações climáticas.

O ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, defendeu hoje, em entrevista ao jornal Público, que “terá de haver um travão” nos apoios para novas plantações de vinha, através dos programas VITIS (Regime de Apoio a Reconversão e Reestruturação da Vinha) ou do FEADER (Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural), questionando se algum português percebe que se esteja a dar recursos financeiros para plantar vinha e depois para arrancar vinha ou para o vinho ser destilado.

O ministro adiantou que até agora já se gastou em destilação 60 milhões de euros, um número que considerou “brutal”, e disse que “já se deveria ter parado há muito os apoios para vinha nova”.

António Filipe, da Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP), afirmou à agência Lusa que não faz sentido fazer novas plantações para produzir vinho que, depois, não é vendido.

Este responsável lembrou que algumas regiões vitícolas do país, como por exemplo o Douro, “fecharam-se relativamente a estes aumentos, não estão sequer a utilizar 1%”.

O regime de autorizações de plantação prevê que, anualmente e de forma graciosa, sejam disponibilizadas autorizações para novas plantações, correspondentes a 1% da superfície total efetivamente plantada com vinhas à data de 31 de julho do ano anterior.

“Outra coisa é o apoio financeiro à reestruturação de vinhas existentes e aí a nossa posição é clara. Nós precisamos de continuar a ter este apoio para reestruturar vinhas. Não com o objetivo de produzir mais, é sobretudo com o objetivo de atualizar métodos de produção, implementar processos de mecanização, de rega, de melhoria da resiliência das castas às alterações climáticas, tudo isto dentro da mesma área existente, não estamos a falar em aumentar a vinha, mas sim em reestruturar o existente”, sublinhou.

E defendeu que esta reestruturação é “absolutamente crucial para o futuro do setor vitivinícola português”.

“O Douro foi a única região que, de alguma forma, acautelou esse aumento de área de vinha, coisa que o restante país vitícola não acomodou e tem estado a aumentar essa área”, afirmou Rui Paredes, da Federação Renovação do Douro.

Para este dirigente de uma associação representativa da produção, a posição do ministro “faz todo o sentido”, considerando que é “um contrassenso” estar-se a financiar o aumento da área de vinha, para depois se vir “pedir dinheiro para fazer uma destilação, porque há excessos ou porque não se vende”.

“E eu penso que o país deveria de, uma vez, equacionar se faz sentido continuar a aumentar a área de vinha. O Douro já tomou a iniciativa de ser um aumento só marginal ou seja, estamos a falar em 4,4 hectares, não tem grande significado comparativamente com o resto do país”, apontou.

Na sua opinião, não tem sentido estar a financiar o aumento da capacidade produtiva e concorda que o caminho passa pela modernização.

“Os recursos humanos e da mão-de-obra são um problema que temos diariamente e, se não for feito nada, se não modernizarmos, se não otimizarmos alguns trabalhos vai ser muito complicado no futuro. Cada vez mais temos que nos preparar para uma crise na questão dos recursos humanos”, frisou.

Ainda relativamente à entrevista do ministro, Rui Paredes disse concordar com a simplificação dos processos, nomeadamente a questão do pedido único para viticultores e agricultores que tenham dimensões mais pequenas, considerando que “faz todo o sentido essa simplificação”.

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